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Dólar avança com deterioração do sentimento no exterior

Moeda fechou a e subiu 1,04% na semana e fechou a R$ 2,0380

Oficiais do Tesouro reuniram-se com os 20 'primary dealers' que participam das negociações da dívida (AFP)

Oficiais do Tesouro reuniram-se com os 20 'primary dealers' que participam das negociações da dívida (AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2012 às 17h40.

São Paulo - O dólar manteve-se em alta na maior parte desta sexta-feira, em um dia marcado por agravamento da aversão ao risco, e subiu 1,04% na semana em que, por dois pregões consecutivos, o avanço da moeda norte-americana foi turbinado por intervenções verbais das autoridades brasileiras.

Nesta sexta, em grande medida, o movimento do dólar ante o real reflete a preocupação dos investidores com a perspectiva para a economia global. Os dados desanimadores de emprego nos Estados Unidos fizeram com que os investidores em escala global buscassem abrigo no dólar, em um pregão de forte queda dos principais índices acionários mundiais e recuo dos preços das commodities.

A piora externa fez com que os agentes financeiros locais também adotassem um posicionamento de cautela antes da reunião do Eurogrupo na segunda-feira, durante o feriado em São Paulo. O avanço do dólar, porém, foi abrandado ao final da sessão pela percepção do mercado de que o governo continua disposto a manter o dólar oscilando em uma faixa informal entre R$ 2,00 e 2,10.

A divulgação da criação de postos de trabalho (payroll) nos EUA provocou aceleração do avanço do dólar ante o real e diversas outras divisas globais. Parte dos analistas internacionais argumenta que, após o número, o dólar ganhou fôlego diante da visão de que o relatório de emprego não foi fraco o bastante para deflagrar imediatamente a terceira rodada de relaxamento quantitativo pelo Federal Reserve. Se houvesse forte expectativa de QE iminente, argumentou um estrategista, o dólar tenderia ao enfraquecimento.


Mais à frente, porém, a perspectiva de novo estímulo pelo Fed não está descartada. A divulgação "inglória" de dados, cita um analista do BNP Paribas, mostrou que a criação de vagas ficou abaixo de 100 mil por três meses consecutivos, fortalecendo o entendimento de que a acentuada desaceleração do crescimento do emprego ameaça a resiliência da economia norte-americana.

O euro também recuou acentuadamente ante o dólar pelo segundo dia consecutivo nesta sexta-feira. "Ontem, houve percepção de que o corte de juros na Europa não seria suficiente para melhorar o cenário europeu de maneira significativa. Nesta sexta-feira, os dados de emprego nos EUA, abaixo do que o mercado esperava, deram uma esfriada no sentimento.

Há frustração no mercado com a limitação que existe nos países desenvolvidos para aumentar o estímulo monetário e frustração com atividade em geral", ponderou o economista-chefe para o Brasil do ING Financial Markets em Nova York, Gustavo Rangel. O euro bateu o menor nível em dois anos nesta sexta-feira, depois da divulgação do payroll.

No balcão, o dólar à vista atingiu a mínima de R$ 2,0200, logo após a abertura, e foi até R$ 2,0420 na máxima, em um dia em que os principais índices acionários mundiais e commodities registraram declínio significativo e os yields de papéis soberanos da Espanha e da Itália avançaram. Em 2012, o dólar à vista no balcão acumula ganhos de 8,67%.

Na BM&F, o dólar spot fechou na máxima, a R$ 2,0380 (dado preliminar), com alta de 0,87%. O giro financeiro total somava US$ 1,922 bilhão pouco depois das 16h30. Na segunda, dia 9 de julho, feriado da Revolução Constitucionalista de 1932, a praça financeira de São Paulo estará fechada, o que reduz sensivelmente o volume financeiro negociado ainda que outras praças no País estejam abertas.

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