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Dólar avança com crise política envolvendo Gustavo Bebianno

Moeda subiu 0,77% aguardando decisão de Bolsonaro sobre secretário-geral da Presidência

Dólar: Moeda fechou a R$ 3,7324 (Lauren Nicole/Getty Images)

Dólar: Moeda fechou a R$ 3,7324 (Lauren Nicole/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 18 de fevereiro de 2019 às 17h13.

Última atualização em 18 de fevereiro de 2019 às 17h19.

O dólar encerrou em alta frente ao real após pregão relativamente tranquilo nesta segunda-feira, com o mercado aguardando desfecho da crise política envolvendo o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, e antes de semana movimentada no exterior.

O dólar subiu 0,77 por cento, a 3,7324 reais na venda. Na máxima do pregão, a divisa chegou a 3,7437 reais e, na mínima, tocou 3,7030 reais.

O dólar futuro avançava 0,7 por cento.

Com os mercados norte-americanos fechados pelo feriado do Dia do Presidente, a liquidez foi reduzida domesticamente, colaborando para certa volatilidade ao longo do pregão.

O mercado fechou nesta segunda-feira à espera de possível desfecho para a crise política no governo, que tem ao centro Gustavo Bebianno, um dos principais articuladores da campanha presidencial de Jair Bolsonaro, após denúncias de um esquema de candidaturas laranjas dentro do PSL.

Há preocupação de que a demora em solucionar a situação de Bebianno possa ter impacto negativo sobre a tramitação da reforma da Previdência, que deve ser entregue pessoalmente por Bolsonaro ao Congresso na quarta-feira.

"Existe uma preocupação justamente pelo governo estar enviando essa semana a Previdência, pode ser que alguns deputados queiram alguns esclarecimentos dependendo da declaração dele (Bebianno), pode ser que alguns fiquem com pé atrás com o governo", afirmou mais cedo o diretor de câmbio da Ourominas, Mauriciano Cavalcante.

Segundo ele, há um sentimento de cautela entre participantes do mercado, mas mais atrelada à velocidade de aprovação da reforma do que à aprovação propriamente.

O vice-presidente Hamilton Mourão disse que a demissão de Bebianno deve sair ainda nesta segunda-feira.

"A coisa não anda, então você vê essa discussão no governo e o mercado começa a ficar meio impaciente com isso... Não se sabe o que vai acontecer, se o Bebianno vai falar, que tipo de coisa vai falar", afirmou o consultor de câmbio da Albatross Corretora, João Medeiros.

Segundo ele, também há uma percepção negativa sobre o envolvimento dos filhos de Bolsonaro em assuntos da Presidência.

Participantes do mercado acompanham também articulações do governo para formar uma base sólida que garanta a aprovação da Previdência. Simultaneamente, começa a surgir certa resistência entre parlamentares após o governo detalhar que submeterá ao Congresso um texto duro em termos fiscais.

O mercado também aguarda otimista as negociações entre China e Estados Unidos que recomeçam nesta semana, desta vez em Washington. Após progressos e consenso na semana passada, há expectativa de que as duas maiores economias globais cheguem a um acordo que encerre a guerra comercial.

Na sexta-feira, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que poderá prorrogar o prazo de 1º de março para que os países selem acordo. Está previsto um aumento das tarifas dos EUA sobre produtos chineses se nenhum acordo for alcançado até a data.

Também está no radar do mercado a divulgação da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve, na quarta-feira.

O BC vendeu 10,33 mil swaps cambiais tradicionais, equivalente à venda futura de dólares. Assim rolou 6,198 bilhões de dólares dos 9,811 bilhões que vencem em março.

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