No mercado futuro, às 9h33, o dólar para março de 2013 recuava 0,20%, após começar a sessão com leve alta, a R$ 1,9725 (Marcos Santos/USP Imagens)
Da Redação
Publicado em 18 de fevereiro de 2013 às 10h27.
São Paulo - O dólar abriu com leve alta no mercado à vista, cotado a R$ 1,9680 (+0,05%). Em seguida, o dólar spot atingiu uma mínima, a R$ 1,9640, queda de 0,15%. No mercado futuro, às 9h33, o dólar para março de 2013 recuava 0,20%, após começar a sessão com leve alta, a R$ 1,9725 (+0,03%) - na máxima. Até esse horário, a mínima do dólar para março foi de R$ 1,9665 (-0,28%).
O mercado de câmbio doméstico volta a pressionar o dólar para baixo, após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter dado carta branca, na sexta-feira (15) para que o Banco Central (BC) inicie um ciclo de alta da Selic.
A curva a termo de juros futuros encerrou na sexta-feira (15) projetando um aumento da Selic - que está em 7,25% ao ano - ainda no primeiro semestre deste ano.
Como os bancos e investidores estrangeiros estão "vendidos" em dólar e há interesse no recuo da moeda, esses agentes financeiros testam níveis mais baixos de preço a fim de avaliar se o BC permitirá que a moeda norte-americana recue abaixo de R$ 1,950 - considerado um suposto piso informal, disse um operador de um banco.
A queda do dólar também é um objetivo desses agentes para tentar maximizar os ganhos de suas posições "vendidas".
Nesta segunda-feira, a pesquisa Focus, do Banco Central, mostrou que houve desaceleração da alta projetada para o IPCA em 2013, para 5,70% (de 5,71% anteriormente), e, para 2014, a projeção segue em 5,50% há 14 semanas.
No entanto, a projeção de alta da inflação para os próximos 12 meses subiu de 5,49% para 5,53%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2013 no cenário de médio segue em 5,70%. Para 2014, a previsão dos cinco analistas segue em 6,50%, teto da meta de inflação.
Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em fevereiro de 2013 subiu de 0,41% para 0,42% e, para março de 2013, passou de 0,40% para 0,42%.
Já para o câmbio, as apostas para o fim de 2013 caíram para uma taxa de R$ 2,02, ante R$ 2,03 na semana passada. Para o FIM DE 2014, a estimativa segue em R$ 2,05. Já a expansão estimada para o PIB em 2013 desacelerou de 3,09% para 3,08%; e para o PIB em 2014, desacelerou de 3,80% para 3,65%.
Também nesta segunda-feira a FGV também informou que o IPC-S da 2ª quadrissemana de fevereiro desacelerou para +0,55%, ante +0,88% na leitura anterior.
Na sexta-feira (15), antes da reunião de ministros de Finanças do G-20, em Moscou, Mantega disse que a taxa de juros - e não o câmbio - é o principal instrumento de controle da inflação.
Ainda de acordo com o ministro, o Banco Central deve tomar "as devidas providências" na hipótese de o índice de preços não desacelerar "espontaneamente". Numa ação coordenada e para segurar a valorização do real, o Banco Central interveio na sexta-feira com um leilão de swap cambial reverso - equivalente à compra de dólares no mercado futuro.
Antes desse leilão, o dólar à vista chegou a recuar para a mínima de R$ 1,9520 no balcão, com especulações sobre um piso para a moeda americana.
A autoridade monetária, no entanto, atuou imediatamente para segurar a cotação, por meio de leilão de swap cambial reverso, conduzindo a moeda à vista para o território positivo, fazendo-a fechar na máxima de R$ 1,9670 (+0,41%). Na sexta-feira (15) à tarde, o avanço do dólar em relação a divisas que, como o real, são ligadas a commodities, contribuiu ainda para o movimento de alta da moeda dos EUA.
No mercado internacional, nesta segunda-feira é feriado pelo Dia do Presidente, nos Estados Unidos, mas os mercados eletrônicos em Nova York operam normalmente. Os mercados na China, por sua vez, retomam os negócios, depois do feriado de uma semana pelo ano novo lunar.
No sábado (16), o G-20 divulgou um comunicado que os líderes do bloco assumiram o compromisso de evitar "desvalorizações e desalinhamentos persistentes nas taxas de câmbio". Sem um tom mais duro contra a política monetária japonesa, o iene volta a se desvalorizar - o que dá mais competitividade às exportações do Japão. Após a valorização observada na sexta-feira (15), quando o dólar chegou a operar na casa de 92 ienes, a divisa japonesa volta a perder força. Às 9h38, o dólar subia a 93,93 ienes, de 93,49 ienes na sexta-feira (15).
A agência de classificação de riscos Standard & Poor reafirmou, nesta segunda-feira o rating AA- da dívida soberana do Japão, mesmo com as promessas do governo do primeiro-ministro Shinzo Abe sobre novos gastos que podem aprofundar a carga da dívida que já é a maior entre as economias desenvolvidas.