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Dólar fecha em queda com realização de lucro após sequência de altas

Aumento do número de casos de coronavírus nos Estados Unidos mantém cautela entre investidores

Dólar: moeda recua, após subir mais de 6% nos últimos tês pregões (Gary Cameron/Reuters)

Dólar: moeda recua, após subir mais de 6% nos últimos tês pregões (Gary Cameron/Reuters)

GG

Guilherme Guilherme

Publicado em 29 de junho de 2020 às 17h00.

Última atualização em 29 de junho de 2020 às 17h38.

O dólar iniciou a semana em queda contra o real, com os investidores realizando lucros de curtíssimo prazo, após a moeda americana ter subido mais de 6% nos últimos três pregões. Com isso, o dólar comercial caiu 0,7% e encerrou sendo vendido a 5,425 reais. O dólar turismo, que também recuou 0,7%, encerrou cotado a 5,73 reais.

“Tem um pouco de realização, até mesmo que para o fim de semana, os investidores costumam ficar mais comprados em dólar, então estavam em nível bom para vender e lá fora está positivo [nas bolsas] ajudou”, comentou Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimento.

Dados econômicos melhores que o esperado também ajudaram a sustentar o tom positivo. Nos Estados Unidos, as vendas pendentes de moradias tiveram alta de 44,3%, em maio, frente ao mês anterior. A expectativa do mercado apontava para crescimento de 18,9%.

Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de maio também surpreenderam positivamente os investidores, embora tenha sido o pior da série histórica iniciada em 1992. Isso porque as projeções apontavam para perdas de 900 mil postos de trabalho, segundo o Broadcast, e os dados apontaram para queda de 331.901 vagas.

"Os dados deram um alívio em termos de perspectivas, mas ainda é muito cedo para falar em uma recuperação econômica em 'V'", disse Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos.

Apesar da queda do dólar frente ao real, a moeda americana teve dia de leves ganhos em relação a outras divisas emergentes, como o peso mexicano, o rublo russo e lira turca. Isso porque, no mercado, o clima ainda é de cautela com o crescente número de coronavírus nos Estados Unidos.

 

Em estados que estão passando pelo pico da doença, como Flórida, Texas e Califórnia, algumas medidas de isolamento social foram retomadas para tentar desacelerar o ritmo de contaminação. Segundo a CNN americana, ao menos 12 estados congelaram processos de reabertura.

O mercado financeiro teme que a volta de quarentenas mais rígidas, principalmente nos EUA, dificulte a retomada econômica.

Internamente, a possibilidade de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro, fazer delação premiada aumenta a preocupação dos investidores sobre o cenário político local.

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