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Dólar fecha acima de 5,61 reais com temores sobre descontrole fiscal

Falta de ministro da Economia em lançamento do projeto Casa Verde e Amarela gera incertezas sobre sua permanência; Bol

Dólar sobe 1,5% e encerra a 5,612 reais (Thomas Trutschel/Getty Images/Getty Images)

Dólar sobe 1,5% e encerra a 5,612 reais (Thomas Trutschel/Getty Images/Getty Images)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 26 de agosto de 2020 às 17h00.

Última atualização em 26 de agosto de 2020 às 17h47.

O dólar fechou em forte alta nesta quarta-feira, 26, com o aumento das incertezas sobre a política fiscal do governo, em meio a temores renovados sobre a saída do ministro da Economia, Paulo Guedes. O dólar comercial subiu 1,5% e encerrou sendo vendido por 5,612 reais.

No fim da manhã desta quarta, o presidente Jair Bolsonaro disse rejeitar a proposta do Ministério da Economia para criação do programa Renda Brasil, em substituição a programas e benefícios sociais e ao auxílio emergencial. As declarações do presidente sugerem que o governo pode assumir o compromisso de novos gastos bilionários sem contrapartida de redução de outras despesas.

Na véspera, os temores de investidores já haviam aumentado com a ausência de Guedes no evento de lançamento do projeto Casa Verde e Amarela, que irá substituir o Minha Casa Minha Vida. “O mercado está meio nervoso porque ele não foi ontem. Isso causou um desconforto geral. A gente já sabia que ele não era muito a favor desse tipo de gasto”, disse Vanei Nagem, analista de câmbio da Terra Investimentos.

Desde o adiamento da apresentação do “Big Bang”, pacote de estímulo que substituiria o Pró-Brasil, o mercado tem voltado a sondar a saída do ministro Paulo Guedes, tendo em vista que há discordâncias sobre os custos do programa.Ainda na manhã de ontem, Bolsonaro chamou o presidente da Caixa, Pedro Guimarães de “PG2”, aumentando os temores sobre uma possível substituição do “PG1”, o Paulo Guedes.

Um dos entraves-chaves é a quantidade de recursos que será destinada ao auxílio emergencial. O presidente Jair Bolsonaro, que viu sua popularidade aumentar em meio ao Renda Brasil, insiste que o programa conceda ajuda mensal de 300 reais, enquanto Guedes defende o valor de 247 reais.

Durante o período em que o auxílio emergencial esteve em vigor, o presidente Bolsonaro viu sua popularidade aumentar, principalmente entre os eleitores de baixa renda. Investidores temem que ele tome uma guinada populista, já visando uma possível reeleição. "Existe um conflito eleitoral por conta da agenda fiscal e isso adiciona mais fato para a valorização do dólar", comenta Fernando Bergallo, presidente da FB Capital.

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