Dólar: saída de secretário de Privatizações pode mitigar entrada de moeda americana no país (Adam Gault/Getty Images)
Victor Sena
Publicado em 12 de agosto de 2020 às 17h00.
Última atualização em 12 de agosto de 2020 às 17h38.
O dólar fechou em alta nesta quarta-feira, 12, após o secretário especial de Desestatização e Privatização, Salim Mattar, e o de Desburocratização, Gestão e Governo Digital, Paulo Uebel, deixarem o governo. O dólar comercial subiu 0,7% e encerrou sendo vendido por 5,453 reais. Com variação semelhante, o dólar turismo fechou cotado a 5,76 reais.
O pedido de demissão de Mattar e Uebel ocorre pouco após a saída de Mansueto Almeida do Tesouro Nacional, Caio Megale da direção de programas da Secretaria Especial da Fazenda e de Rubem Novaes da presidência do Banco do Brasil. O ministro da Economia, Paulo Guedes, já fala em “debandada” da equipe econômica.
Com cinco baixas no primeiro escalão econômico do governo, o mercado teme que o próximo seja Paulo Guedes. “Há o receio de que o principal ator dessa equipe possa sair. Isso causa um viés de proteção em dólar”, comenta Jefferson Ruik, diretor de câmbio da Correparti.
Segundo Ruik, sem Mattar à frente das privatizações, cresce o risco de elas não avançarem, o que pode mitigar a entrada de dólar no país.
O mercado também teme a saída do próprio ministro da Economia. "Na fala de Guedes foi visível o tom de desabafo. Ele, inclusive explicitou que a saída do membros da equipe foi por falta de avanço na agenda econômica. Então, ele mesmo pode ser o próximo a entregar o boné", afirma Fernando Bergallo, presidente da FB Capital.
No exterior, o mercado de câmbio opera misto, com o dólar se valorizando contra o rublo russo e a lira turca, mas perdendo força contra o peso mexicano. Contra pares desenvolvidos, a moeda americana tem perdas.