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Dólar passa a subir à espera de notícias concretas sobre guerra comercial

Dólar futuro operava em alta de 0,24% neste pregão, a 4,2220 reais

Dólar: na sessão anterior, o moeda norte-americana fechou em queda de 0,09%, a 4,2023 reais na venda (Pleasureofart/Getty Images)

Dólar: na sessão anterior, o moeda norte-americana fechou em queda de 0,09%, a 4,2023 reais na venda (Pleasureofart/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 5 de dezembro de 2019 às 09h16.

Última atualização em 5 de dezembro de 2019 às 10h42.

São Paulo —  Depois de abrir estável, o dólar passava a subir contra o real no pregão desta quinta-feira, com os investidores em busca de notícias mais concretas sobre as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, em dia de cúpula do Mercosul.

Às 10:29, o dólar avançava 0,40%, a 4,2191 reais na venda. No entato, a divisa começara o dia estável contra o real, tocando os 4,2012 reais na mínima do dia.

Na sessão anterior, o moeda norte-americana fechou em leve queda de 0,09%, a 4,2023 reais na venda, depois de ter atingido 4,1843 reais na mínima do dia.

O dólar futuro operava em alta de 0,24% neste pregão, a 4,2220 reais.

Segundo Pablo Spyer, diretor da Mirae Asset, "os investidores continuam procurando notícias mais concretas sobre um acordo comercial entre Estados Unidos e China".

Nesta quinta-feira, o Ministério do Comércio chinês disse que tarifas precisam ser reduzidas para que a China e os Estados Unidos alcancem um acordo provisório sobre comércio, um dia depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, sinalizar otimismo em relação às negociações. [L1N28F07T]

As delegações comerciais dos dois lados continuam travadas em discussões sobre "importantes questões de preocupação", com o aumento das tensões bilaterais sobre questões não relacionadas ao comércio, como protestos em Hong Kong, prejudicando as perspectivas para um acordo no curto prazo buscando acabar com a guerra comercial.

A China alertou na quarta-feira que a legislação dos EUA pedindo uma resposta mais dura ao tratamento dado por Pequim aos Uighurs na região chinesa de Xinjiang afetará a cooperação bilateral.

As dúvidas em relação ao progresso prejudicavam o apetite por risco, consequentemente reduzindo a busca por moedas emergentes. "As moedas estão vulneráveis a quaisquer sinais da guerra comercial", explicou Camila Abdelmalack, economista da CM Capital Markets.

Contra moedas emergentes pares do real, como a lira turca e o rand sul-africano, o dólar registrava ganhos nesta quinta-feira.

Ainda no radar dos investidores estava a cúpula do Mercosul, que contará com a presença de do presidente Jair Bolsonaro, que será acompanhado pelo ministro da Economia, Paulo Guedes, e pelo chanceler, Ernesto Araújo. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, também comparecerá.

"Vamos prestar atenção à cupula. O evento está previsto e parece que está tudo dentro do cronograma. Evento não deve reservar grandes surpresas negativas", disse Abdelmalack.

Sobre o movimento do dólar daqui para frente, Pablo Spyer disse que "o dólar ainda não engrenou queda muito forte, mas vem arrefecendo em relação ao patamar próximo de 4,30 reais tocado em novembro".

Segundo ele, apesar da pressão que vem da projeção de mais um corte na taxa Selic, a recomendação de compra do Brasil por parte de grandes bancos do exterior melhora a expectativa de fluxo e pode favorecer o real.

Nesta quinta-feira, o Banco Central vendeu todos os 10 mil contratos de swap cambial reverso e todos os 500 milhões de dólares em moeda spot ofertados.

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