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Dólar a R$ 6,27, extinção do DPVAT no pacote fiscal e PIB dos EUA: o que move o mercado

O mercado também repercute o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) divulgado pelo Banco Central (BC) pela manhã

Radar: dólar chegou a um novo recorde histórico cotado a R$ 6,27 (halduns/Getty Images)
Rebecca Crepaldi

Repórter de finanças

Publicado em 19 de dezembro de 2024 às 08h12.

Última atualização em 19 de dezembro de 2024 às 08h14.

O mercado brasileiro vivenciou, na sessão de quarta-feira, 18, um dia de extremos. O Ibovespa recuou 3,15% aos 120.771,88 pontos e o dólar alcançou a máxima histórica aos R$ 6,27, após uma alta de 2,82%. Nesta quinta-feira, 19, a volatilidade ainda deve permanecer.

O corte de juros em 0,25 pontos percentuais (p.p.) pelo Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) na última reunião de política monetária do ano foi um dos motivos que ajudou a catapultar o câmbio. Soma-se a isso a ainda desconfiança dos agentes fiscais em relação à condução fiscal pelo governo – apesar da aprovação do texto-base do pacote de gastos na terça-feira, 17.

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Entre os motivos para a sobreapreciação da moeda norte-americana também estão as declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, sobre possíveis ataques especulativos à economia brasileira, o que piorou o humor dos investidores.

Para tentar conter a grande oscilação do dólar, o BC realizará nesta quinta um leilão de venda de dólares à vista, no valor de até US$ 3 bilhões, das 9h15 às 9h20.

PIB dos EUA e relatório de inflação no Brasil

De olho na agenda de indicadores, no Brasil, investidores avaliam o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) referente ao quarto trimestre de 2024 divulgado pelo Banco Central (BC) nesta manhã. O documento oferece uma análise detalhada sobre as expectativas inflacionárias e econômicas e era altamente aguardado pelo mercado financeiro, ainda mais após a recente elevação da taxa Selic para 12,25%.

Nos Estados Unidos, o destaque é para o Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre de 2024, em que é esperado um crescimento de 2,8%. Também haverá a divulgação dos pedidos de seguro-desemprego da última semana, que devem totalizar 280 mil.

Pacote fiscal

O mercado local também acompanha o avanço da votação do pacote de cortes de gastos apresentado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Após o texto-base do primeiro projeto da proposta ter sido aprovado na terça-feira, 17, ontem, quarta-feira, 18, a Câmara dos Deputados aprovou uma emenda aglutinativa ao Projeto de Lei Complementar nº 210 de 24, parte também do pacote.

O texto autoriza o governo a limitar a utilização de créditos tributários em caso de déficit nas contas públicas. O texto recebeu 444 votos a favor e 16 contra.

A revogação do seguro obrigatório para acidentes de trânsito, antigamente chamado DPVAT foi o tema central do debate. Após exclusões e inclusões do agora chamado Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidente de Trânsito (SPVAT), ontem, um acordo entre a oposição e os governistas previu a extinção do DPVAT na mesma emenda.

Apesar das discussões sobre o SPVAT, o texto preserva dispositivos essenciais para corte de gastos e controle fiscal, alinhados ao arcabouço fiscal.Entre as principais medidas estão a proibição de criar, ampliar ou prorrogar benefícios tributários, a limitação do crescimento real das despesas de pessoal a 0,6% nos Poderes e órgãos autônomos até 2030, e o bloqueio proporcional de emendas parlamentares, com um limite de 15%.

Além disso, prevê o uso de recursos parados em fundos públicos para reduzir a dívida e aplica restrições adicionais caso haja queda nominal nas despesas discricionárias a partir de 2027.

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