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Do Chile à Lituânia, bolsas rendem mais onde mulher preside

Bolsas em nações com uma mulher como chefe de Estado registraram retorno de 25% comparado a 18% no caso de líderes homens, segundo dados da Bloomberg

Cristina Kirchner e Dilma Rousseff: as duas foram apontadas como exemplos de mau desempenho (Enrique Marcarian/Reuters)

Rita Azevedo

Publicado em 9 de outubro de 2017 às 10h37.

Última atualização em 9 de outubro de 2017 às 14h54.

Países com mulheres no comando foram uma ótima escolha para investidores de renda variável neste ano.

Bolsas em nações com uma mulher como chefe de Estado registraram retorno mediano em dólares de 25 por cento, comparado a 18 por cento no caso de líderes do sexo masculino, segundo dados compilados pela Bloomberg.

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No topo da lista está o Chile da presidente Michelle Bachelet, onde o mercado acionário avançou 40 por cento. Em seguida vêm as Ilhas Maurício de Ameenah Gurib(32 por cento) e a Lituânia de Dalia Grybauskaite (30 por cento).

Obviamente são muitos os fatores que contribuem para a valorização das ações e é difícil precisar a influência do sexo de quem está no comando.

O dado deste ano é muito restrito, mas é interessante notar que, na análise da Bloomberg, os principais índices acionários de todos os 14 países liderados por mulheres, com exceção de um, superaram o retorno de 16 por cento do S&P 500 em 2017. Estudos mostram que empresas com mais executivas ou maior diversidade de gêneros superam concorrentes.

Para chefes de Estado mulheres, o desempenho econômico e político costuma depender de como ascenderam — se tiveram forte apoio de uma figura masculina ou subiram ao poder por conta própria —, avalia Alison Graham, diretora de investimentos da Voltan Capital Management em Nova York.

Ela citou a argentina Cristina Kirchner e a brasileira Dilma Rousseff como exemplos de mau desempenho após assumirem com as bênçãos de antecessores homens de alta popularidade.

Algumas das líderes mais eficientes tomaram as rédeas em momentos de estresse. Margaret Thatcher ascendeu durante uma crise social no Reino Unido e comandou uma "profunda transformação econômica", segundo Graham.

Dalia Grybauskaite, conhecida como a Dama de Ferro da Lituânia, venceu a eleição de 2009 em meio à crise financeira, em parte devido a seu conhecimento econômico e sua postura firme contra a Rússia. Bachelet, que está no segundo mandato, avançou amplas reformas econômicas e contribuiu para a união do Chile durante o julgamento e a morte do ditador Augusto Pinochet.

“O desempenho econômico superior provavelmente resulta de uma combinação de fatores: uma personalidade forte capaz de articular e implementar um programa econômico claro, em um contexto no qual competência, clareza e bravura pessoal são mais necessários”, disse Graham. “O nível de exigência é maior para líderes independentes do sexo feminino, o que também pode contribuir para o desempenho superior delas no cargo.”

 

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