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DIs médios e curtos recuam após anúncio da Selic

No cenário doméstico, o mercado repercurte a decisão do Copom de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual

Os contratos de juros futuros médios e curtos caem após a decisão do comitê (Stock.xchng)

Os contratos de juros futuros médios e curtos caem após a decisão do comitê (Stock.xchng)

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Da Redação

Publicado em 31 de maio de 2012 às 14h38.

São Paulo - Os contratos de juros futuros médios e curtos operam em queda nesta quinta-feira, refletindo a expectativa de mais cortes na Selic, após decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) na véspera, enquanto no exterior o cenário é de incerteza, com indicadores fracos nos Estados Unidos e investidores ainda preocupados com a zona do euro, principalmente com a Espanha.

No cenário doméstico, o mercado repercurte a decisão do Copom de cortar a Selic em 0,50 ponto percentual, para 8,5 por cento ao ano, batendo um novo recorde histórico. Os contratos de juros futuros médios e curtos caem após a decisão, com o mercado passando a esperar um novo corte de 0,50 ponto percentual para a próxima reunião do Copom, em julho.

Em comunicado emitido na quarta-feira, o Banco Central deixou em aberto a possibilidade de mais cortes na taxa básica. Ainda colaborava para a queda dos DIs dados da produção industrial, que vieram abaixo do esperado, com recuo de 0,2 por cento em abril frente a março. De acordo com pesquisa da Reuters, a expectativa era de que a produção industrial se mantivesse estável em abril ante o mês anterior.

No mercado de divisas, o euro operava praticamente estável ante o dólar, que, ante uma cesta de divisas, caía 0,02 por cento, às 14h07 (horário de Brasília). Ante o real, a moeda norte-americana seguia o exterior e operava perto da estabilidade, com leve queda após registrar maior volatilidade pela manhã com investidores aguardando o fechamento da Ptax do mês de maio.

No noticiário internacional, o Produto Interno Bruto (PIB) do Estados Unidos cresceu a uma taxa anual de 1,9 por cento, informou o Departamento do Comércio nesta quinta-feira, ante primeira leitura no mês passado de 2,2 por cento. O número veio em linha com o projetado por economistas consultados pela Reuters.

No entanto, dados do mercado de trabalho norte-americano voltaram a preocupar, já que o setor privado dos EUA criou 133 mil postos de trabalho em maio, número abaixo das expectativas, mostrou nesta quinta-feira o Relatório Nacional de Emprego da ADP. Economistas esperavam ganhos de 148 mil empregos no período.

Além desses indicadores, investidores globais continuam de olho na Espanha, e preocupados com a situação fiscal e a capitalização dos banco espanhóis. O Fundo Monetário Internacional (FMI) disse que não está negociando com o país uma possível assistência financeira, afirmou nesta quinta-feira o porta voz do FMI, Gerry Rice.

Os principais índices acionários norte-americanos reduziram suas perdas no fim da manhã com operadores citando, no entanto, uma informação da Dow Jones de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) está considerando conceder empréstimo à Espanha se o país não conseguir salvar o conturbado banco Bankia.

As bolsas na Europa também recuam nesta quinta-feira. Na Europa, o índice FTSEurofirst 300, que reúne as principais ações europeias, fechou em queda de 0,46 por cento, aos 971 pontos. Já o Ibovespa opera perto da estabilidade, embora em terreno negativo. Os mercados devem ainda continuar acompanhando as pesquisas eleitorais na Grécia até o dia das eleições, marcadas para 17 de junho.

Em uma última enquete, o partido Nova Democracia (ND), favorável ao pacote de resgate internacional, está à frente dos radicais de esquerda do Syriza.


Veja como estavam os principais mercados financeiros às 14h14 (Brasília) desta quinta-feira:

CÂMBIO - O dólar era cotado a 2,0119 reais, em queda de 0,18 por cento frente ao fechamento anterior.

BOVESPA - O Ibovespa caía 0,03 por cento, para 53.812 pontos. O volume financeiro na bolsa era de 3,9 bilhões de reais.

ADRs BRASILEIROS - O índice dos principais ADRs brasileiros caía 0,43 por cento, a 26.526 pontos.

JUROS - O DI janeiro de 2014 estava em 8,230 por cento ao ano, ante 8,340 por cento no ajuste anterior.

EURO - A moeda comum europeia era cotada a 1,2378 dólar, ante 1,2370 dólar no fechamento anterior nas operações norte-americanas.

GLOBAL 40 - O título de referência dos mercados emergentes, o Global 40, caía para 129,125 por cento do valor de face, oferecendo rendimento de 1,622 por cento ao ano.

RISCO-PAÍS - O risco Brasil subia 4 pontos, para 241 pontos-básicos. O EMBI+ avançava 14 pontos, a 416 pontos-básicos.

BOLSAS DOS EUA - O índice Dow Jones subia 0,26 por cento, a 12.451 pontos, o S&P 500 tinha leve alta de 0,04 por cento, a 1.313 pontos, e o Nasdaq perdia 0,16 por cento, aos 2.832 pontos.

PETRÓLEO - Na Nymex, o contrato de petróleo mais curto registrava baixa de 0,54 dólar, ou 0,63 por cento, a 87,27 dólares por barril.

TREASURIES DE 10 ANOS - O preço dos títulos do Tesouro norte-americano de 10 anos, referência do mercado, subia, oferecendo rendimento de 1,5898 por cento, frente a 1,619 por cento no fechamento anterior.

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