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DIs curtos recuam indicando Selic em um dígito em 2012

Ao término da negociação normal na BM&F, o DI de janeiro de 2012, estava em 11,00%

O vencimento janeiro de 2013 voltou a ficar em um dígito pela primeira vez desde 24 de maio de 2007 (Germano Lüders/EXAME)

O vencimento janeiro de 2013 voltou a ficar em um dígito pela primeira vez desde 24 de maio de 2007 (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 9 de novembro de 2011 às 16h49.

São Paulo - A promessa de renúncia do primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, não estancou os temores em relação ao país e às taxas dos bônus italianos voltaram a bater recorde hoje, superando o preocupante nível de 7%. Diante disso, o mercado futuro de juros passou por uma forte devolução de prêmios, sobretudo nos vencimentos mais curtos. O DI janeiro de 2012, indicando 0,64 ponto porcentual de corte da Selic no encontro do Copom deste mês, já está mais para uma redução de 0,75 ponto no curtíssimo prazo, do que para o 0,5 ponto inicialmente projetado. Além disso, o vencimento janeiro de 2013 voltou a ficar em um dígito pela primeira vez desde 24 de maio de 2007, precificando o prolongamento do ciclo de afrouxamento monetário, com a Selic abaixo de 10% no fim do próximo ano.

Assim, ao término da negociação normal na BM&F, o DI janeiro de 2012 (343.860 contratos) estava em 11,00%, de 11,06% no ajuste. O DI janeiro de 2013, com giro de 452.680 contratos, cedia a 9,95%, de 10,12% na véspera, e indicava a Selic em cerca de 9,80% no fim do próximo ano. A taxa projetada pelo vencimento janeiro de 2014 (143.050 contratos) deslizava para 10,21%, de 10,33% ontem. Os longos, por sua vez, fechavam menos. O DI janeiro de 2017 (57.360 contratos) recuava para 10,77%, de 10,84% no ajuste, enquanto o DI janeiro de 2021 (7.700 contratos) apontava mínima de 10,84%, de 10,90% na véspera.

Apesar da piora da percepção sobre a economia global embutida na curva a termo, parte dos analistas acredita que o Banco Central manterá sua estratégia gradualista no próximo encontro, em 29 e 30 de novembro. "Apesar de a crise sancionar a possibilidade de um corte maior, os indicadores internos ainda não comportam essa aceleração", afirmou um profissional de renda fixa, referindo-se à aceleração do IPC-Fipe divulgado hoje. "Mas o BC acompanhará de perto a situação internacional e, se houver uma piora, não se pode descartar um corte maior ou o prolongamento dos cortes", continuou.


Por enquanto, os mercados trabalham com os dados ruins que têm em mãos. Além de o custo da dívida da Itália se aproximar de um nível considerado insustentável por alguns analistas, os dois maiores países da zona do euro dão sinais de que não estão em condições de amenizar a desaceleração econômica do bloco. O Conselho de Consultores Econômicos do governo da Alemanha afirmou hoje que a recuperação econômica deve desacelerar fortemente no ano que vem e que o país pode até mesmo entrar em recessão, em meio a "riscos consideráveis" com a crise da dívida na zona do euro. Hoje, o Banco Central francês disse que a economia do país não conseguirá crescer no quarto trimestre deste ano.

Internamente, os dados conhecidos hoje ficaram em segundo plano, mas são vistos como um impeditivo para uma política monetária ainda mais frouxa. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), apurado pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), apresentou variação de 0,53% na primeira prévia de novembro, ante 0,39% em outubro. O indicador, que mede a inflação da cidade de São Paulo, ficou acima das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de 0,35% a 0,46%, com mediana projetada de 0,43%. Com isso, a Fipe elevou hoje a projeção para o IPC de novembro, de 0,48% para 0,55%.

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