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Direct Edge quer abrir bolsa no Brasil no quarto trimestre de 2012

Empresa americana quer criar uma plataforma de negociação eletrônica de ativos de valores mobiliários no país

A Comissão de Valores Mobiliários ainda está avaliando o plano da Direct Edge de abrir uma nova bolsa com sede no Rio de Janeiro (Matthew Peyton/Getty Images)

A Comissão de Valores Mobiliários ainda está avaliando o plano da Direct Edge de abrir uma nova bolsa com sede no Rio de Janeiro (Matthew Peyton/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 21 de novembro de 2011 às 17h05.

São Paulo - A americana Direct Edge Holdings LLC pretende abrir uma plataforma de negociação eletrônica de ações brasileiras, entrando na concorrência com a BM&FBovespa SA, operadora da maior bolsa da América Latina.

A nova bolsa será baseada no Rio de Janeiro e iniciará operações no quarto trimestre de 2012, dependendo da aprovação de autoridades competentes, disse a Direct Edge em comunicado hoje. A empresa, sediada em Jersey City, no estado americano de Nova Jersey, vai contratar um presidente para a nova unidade para desenvolver o negócio e “manter uma relação de trabalho próxima à comunidade financeira brasileira, assim como com autoridades e fornecedores locais”, segundo o comunicado.

“Precisamos que seja um mercado de escala suficientemente grande, com base de clientes diversa e sofisticada, infraestrutura de telecomunicações robusta e escopo regulatório aberto à concorrência”, disse William O’Brien, presidente mundial da Direct Edge em entrevista hoje por telefone. “O Brasil subiu para o topo da lista.”

A Direct Edge espera conquistar uma fatia “substancial” de mercado, disse o executivo.

Aumento de concorrência

Bolsas tradicionais da Europa, dos EUA e da Ásia estão tentando se defender de novos concorrentes. Na Europa, a Chi-X Europe Ltd. e a Bats Europe Ltd. conseguiram tomar mercado de bolsas nacionais com preços mais baixos e tecnologia mais veloz. A concorrência tem crescido também na Austrália, Canadá e Japão.

A BM&FBovespa registrou hoje a maior queda em dois meses, após o anúncio da Direct Edge. A bolsa paulista, única praça para negociação de ações no País, teve lucro acima das expectativas de analistas no terceiro trimestre. O lucro líquido caiu para R$ 292 milhões, contra R$ 293 milhões em 2010.


A crise de dívida da Europa e as mudanças na política monetária brasileira aumentaram a volatilidade no trimestre, o que elevou o volume de negócios na bolsa, disse a BM&FBovespa.

A Direct Edge Brazil seria a primeira bolsa no Rio de Janeiro desde 2002, segundo a empresa.
A assessoria de imprensa da BM&FBovespa não quis fazer comentários.

Controladores

A Direct Edge foi formada em 2005 quando a Knight Capital Grou Inc. comprou a plataforma de negociações da Domestic Securities Inc. O’Brien, ex-diretor operacional da Brut LLC, comprada pela Nasdaq em 2004, entrou na empresa em 2007 depois de três anos na Nasdaq. A Knight desmembrou a Direct Edge do restante da empresa em 2007.

Entre os controladores da empresa estão a International Securities Exchange, a Deutsche Boerse AG, a Knight, a Citadel LLC, o Goldman Sachs Group Inc. e o JPMoran Chase & Corp.

A Direct Edge enfrentará “dificuldades” em seu plano para o Brasil, já que a BM&FBovespa não deve permitir que a empresa use seus serviços de compensação, disse o Itaú Unibanco Holding SA.

A bolsa americana já conversou com a BM&FBovespa sobre o uso de sua compensação, disse O’Brien, sem revelar o resultado das discussões.

“Temos uma variedade de alternativas para compensação que podemos tentar”, disse ele.

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