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Da Redação
Publicado em 21 de maio de 2012 às 19h26.
Rio - A Direct Edge entregará formalmente em junho à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o pedido de registro para sua operação no Brasil. A informação foi prestada pelo chefe de estratégia corporativa do grupo, Anthony Barchetto, que participou nesta segunda-feira do Rio Investors Day, no Copacabana Palace.
Segundo Barchetto, a Direct Edge poderia implementar seu projeto e dar início à operação de uma nova bolsa de valores no Brasil em nove meses. Entretanto, diante de questões regulatórias em discussão, o processo pode levar mais de um ano. O executivo já admite que as operações só comecem em 2013.
Um dos principais obstáculos para a instalação da Direct Edge no País é o fato de a atual estrutura de clearing ser operada pela concorrente BM&FBovespa. Barchetto afirma que o plano da bolsa americana é ter acesso à câmara de compensação já existente no Brasil.
"Depois isso pode mudar. Por enquanto é o melhor", disse, estimando que o investimento na criação de uma clearing do zero seria de "centenas de milhões de reais".
A companhia americana procurou a BM&FBovespa em setembro passado, mas segundo Barchetto a negociação não avançou. Indagado sobre uma eventual recusa da concorrente brasileira, ele afirmou que isso já aconteceu de certa forma. "Não esperamos que eles cooperem."
A saída, por enquanto, será negociar com outros potenciais parceiros do Brasil ou do exterior. Barchetto deixa no ar a expectativa de que a CVM interceda a favor da competição e pelo fim do monopólio da BM&FBovespa.
Barchetto frisa que a Direct Edge quer entrar de forma responsável e sem introduzir risco ao mercado brasileiro. Ele afirma que o estudo da consultoria Oxera sobre as condições para concorrência no mercado brasileiro de bolsas de valores, que fica pronto no fim do mês, trará dados que devem ajudar o regulador do mercado a tomar uma decisão.
Para Barchetto, o alto nível de exigências regulatórias do Brasil não deve criar um ambiente propício à operação de 14 bolsas como nos EUA. "Isso vai limitar o número de concorrentes, mas garantirá uma concorrência saudável", disse ele, para quem há um espaço de 30% do mercado (de negociação de ações em bolsa) "a ser agarrado" no Brasil.
O executivo confirmou que a filial brasileira da Direct Edge ficará no Rio de Janeiro, mas informou que pode haver um data center em São Paulo.