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DI tem maior queda desde 2008; dólar passa de R$ 1,60 com Copom

Analistas ficaram surpreendidos com a decisão do BC de cortar a taxa Selic; moeda americana subia 1%

Sede do BC: corte dos juros surpreendeu o mercado
DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 17h09.

São Paulo - Os juros nos mercados futuros despencam na maioria dos contratos e o dólar sobe após o Banco Central surpreender o mercado cortando a taxa Selic de 12,50 por cento para 12 por cento na reunião do Comitê de Política Monetária encerrada ontem à noite. Os contratos projetam novos cortes da taxa Selic.

A taxa do contrato de juros futuros com vencimento em janeiro de 2012 caía 55 pontos-base para 11,39 por cento às 14:28. Na mínima, o contrato chegou a cair 58 pontos, maior perda intradiária desde dezembro de 2008, um mês antes de o Banco Central iniciar o corte de juros em resposta à crise global intensificada pela quebra do Lehman Brothers Holdings Inc. O dólar subia 1 por cento para R$ 1,6059.

No exterior, as taxas dos títulos do Tesouro americano e as bolsas em Nova York caem com a expectativa de que relatório a ser divulgado amanhã nos Estados Unidos mostre ritmo menor de criação de emprego.

“O mercado foi pego de surpresa”, disse Felipe Brandão, analista para mercados emergentes da ICAP Brasil, em entrevista por telefone de São Paulo. “Agora o mercado vai pressionar por novos cortes de juros”. Segundo Brandão, os investidores vão esperar a ata do Copom na semana que vem para avaliar melhor o cenário para a política monetária.

“Ninguém esperava algo tão agressivo. Ficou a impressão de que o BC cedeu à pressão política”.

“Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos”, disse o Comitê de Política Monetária do BC, presidido por Alexandre Tombini, em comunicado.

O Comitê disse que o cenário externo tem “viés deflacionário” e também justificou a primeira redução da taxa desde julho de 2009 pela “revisão do cenário para a política fiscal”.

Segundo Brandão, da ICAP, o real também se desvaloriza em razão da surpresa com a decisão do Copom diante dos sinais de que o governo teria feito pressão política por um corte da taxa básica. “Isso não pega bem em termos de credibilidade. Se você tem juro menor, você também tem um custo de oportunidade menor para o real”.

A redução da Selic em 0,5 ponto percentual, em decisão de 5 votos a 2, é uma reversão na direção da política monetária, já que o BC havia elevado os juros em todas as cinco reuniões anteriores deste ano para conter a inflação. Todos os 62 analistas consultados pela Bloomberg previam que a Selic seria mantida. Operadores do mercado de renda fixa atribuíam probabilidade de 56 por cento para um corte de 0,25 ponto percentual na Selic.

A decisão do BC foi anunciada dois dias antes da divulgação do Produto Interno Bruto brasileiro do segundo trimestre, que deve mostrar uma desaceleração do crescimento de 1,3 por cento para 0,8 por cento no comparativo trimestral e de 4,2 por cento para 3,2 por cento no anual, segundo pesquisa Bloomberg.

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São Paulo - Os juros nos mercados futuros despencam na maioria dos contratos e o dólar sobe após o Banco Central surpreender o mercado cortando a taxa Selic de 12,50 por cento para 12 por cento na reunião do Comitê de Política Monetária encerrada ontem à noite. Os contratos projetam novos cortes da taxa Selic.

A taxa do contrato de juros futuros com vencimento em janeiro de 2012 caía 55 pontos-base para 11,39 por cento às 14:28. Na mínima, o contrato chegou a cair 58 pontos, maior perda intradiária desde dezembro de 2008, um mês antes de o Banco Central iniciar o corte de juros em resposta à crise global intensificada pela quebra do Lehman Brothers Holdings Inc. O dólar subia 1 por cento para R$ 1,6059.

No exterior, as taxas dos títulos do Tesouro americano e as bolsas em Nova York caem com a expectativa de que relatório a ser divulgado amanhã nos Estados Unidos mostre ritmo menor de criação de emprego.

“O mercado foi pego de surpresa”, disse Felipe Brandão, analista para mercados emergentes da ICAP Brasil, em entrevista por telefone de São Paulo. “Agora o mercado vai pressionar por novos cortes de juros”. Segundo Brandão, os investidores vão esperar a ata do Copom na semana que vem para avaliar melhor o cenário para a política monetária.

“Ninguém esperava algo tão agressivo. Ficou a impressão de que o BC cedeu à pressão política”.

“Reavaliando o cenário internacional, o Copom considera que houve substancial deterioração, consubstanciada, por exemplo, em reduções generalizadas e de grande magnitude nas projeções de crescimento para os principais blocos econômicos”, disse o Comitê de Política Monetária do BC, presidido por Alexandre Tombini, em comunicado.

O Comitê disse que o cenário externo tem “viés deflacionário” e também justificou a primeira redução da taxa desde julho de 2009 pela “revisão do cenário para a política fiscal”.

Segundo Brandão, da ICAP, o real também se desvaloriza em razão da surpresa com a decisão do Copom diante dos sinais de que o governo teria feito pressão política por um corte da taxa básica. “Isso não pega bem em termos de credibilidade. Se você tem juro menor, você também tem um custo de oportunidade menor para o real”.

A redução da Selic em 0,5 ponto percentual, em decisão de 5 votos a 2, é uma reversão na direção da política monetária, já que o BC havia elevado os juros em todas as cinco reuniões anteriores deste ano para conter a inflação. Todos os 62 analistas consultados pela Bloomberg previam que a Selic seria mantida. Operadores do mercado de renda fixa atribuíam probabilidade de 56 por cento para um corte de 0,25 ponto percentual na Selic.

A decisão do BC foi anunciada dois dias antes da divulgação do Produto Interno Bruto brasileiro do segundo trimestre, que deve mostrar uma desaceleração do crescimento de 1,3 por cento para 0,8 por cento no comparativo trimestral e de 4,2 por cento para 3,2 por cento no anual, segundo pesquisa Bloomberg.

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