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Otimismo lá fora, incerteza no Brasil: veja onde investir em setembro

Fundos multimercados que investem no exterior tiveram rendimento médio de 2,64% em agosto e podem ser alternativa para perfil moderado

Investimentos: Guardar dinheiro a cada mês é o primeiro passo para fazer o dinheiro render (BrianAJackson/Thinkstock)

Investimentos: Guardar dinheiro a cada mês é o primeiro passo para fazer o dinheiro render (BrianAJackson/Thinkstock)

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Marcelo Sakate

Publicado em 1 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 1 de setembro de 2020 às 06h51.

O mês que deixou um saldo de perdas para muitos dos investimentos preferidos dos brasileiros. O Ibovespa registrou a primeira queda mensal desde março, com perda de 3,44%.  É uma situação diferente da vista lá fora, o que evidencia o peso do risco interno na B3. 

Nos Estados Unidos e na Europa as bolsas estão perto suas máximas históricas. O índice S&P 500 fechou no azul em agosto, com alta de 6,2%, apesar da renitente pandemia e das dúvidas sobre a capacidade de retomada econômica. Por lá, as ações das grandes empresas de tecnologia seguem impulsionando a bolsa. Ao longo de setembro, as pesquisas de intenção de voto a presidente devem ter peso cada vez maior na atenção dos investidores -- a recuperação recente de Donald Trump deve ser um fator positivo para os mercados.

Nesta segunda-feira, as bolsas europeias abriram em alta após dados mostrarem que a indústria chinesa avançou em agosto no ritmo mais intenso em quase uma década. O desemprego voltou a crescer na Europa, para 7,9%, e o número de casos de covid-19 voltou a crescer em países como Espanha e Rússia, mostrando que a pandemia seguirá impactando o curto prazo. Mas as atenções dos investidores estão mais na frente. O mesmo vale para o Brasil: a pandemia está aí, como se sabe, mas, na bolsa, o que vale é entender como o país sai dela.

Neste contexto de incerteza fiscal no Brasil, alguns títulos do Tesouro Direto e a bolsa, assim como fundos de ações, tiveram rendimento negativo em meio ao aumento das incertezas sobre os rumos da economia. Fundos de ações, como os que estão na categoria Índice Ativo, cujo objetivo é justamente superar o principal índice da bolsa brasileira: a queda média foi de 1,74%.

O aumento dos juros futuros em decorrência do risco fiscal maior -- com as sinalizações do governo de flexibilizar o Teto de Gastos -- afetou os preços dos títulos do Tesouro de longo prazo, como aqueles indexados à inflação: o IPCA+ 2026 teve queda de 2,51% em agosto.

As oscilações evidenciam a necessidade de o investidor acompanhar e fazer ajustes periódicos na carteira de ativos, de acordo com seus objetivos e do seu perfil. “Não vale a pena fazer mudanças pequenas, mas balancear a carteira quando ela foge muito do perfil de risco do investidor”, diz Juliana Machado, analista de fundos da EXAME Research.

Por causa da crise provocada pela pandemia, muitas pessoas podem ter usado parte de sua reserva de emergência. O momento pode ser uma boa oportunidade para recompor os valores. Para esse objetivo, a melhor opção continua sendo o Tesouro Selic, mesmo com o juro baixo.

Caso o investidor tenha perfil de risco seja moderado, ou seja, seu portfólio permita alocar pelo menos uma porção do dinheiro em aplicações mais arriscadas, como forma de obter uma maior rentabilidade, é possível optar por fundos multimercado com baixa volatilidade. 

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