Mercados

Dados da China e da Europa devem ajudar bolsas em NY

No mundo corporativo, um dos destaques do dia deve ficar com a companhia aérea americana Delta


	Bolsa de Nova York: às 12h15 (de Brasília), o índice Dow Jones futuro subia 0,44%, o Nasdaq ganhava 0,66% e o S&P avançava 0,48%
 (Chris McGrath/Getty Images)

Bolsa de Nova York: às 12h15 (de Brasília), o índice Dow Jones futuro subia 0,44%, o Nasdaq ganhava 0,66% e o S&P avançava 0,48% (Chris McGrath/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 3 de dezembro de 2012 às 12h00.

Nova York - Em um dia com poucos indicadores da economia americana, as discussões sobre o "abismo fiscal" voltam a influenciar com mais força as bolsas de Nova York, que também repercutem indicadores positivos vindos da China e Europa. Às 12h15 (de Brasília), o índice Dow Jones futuro subia 0,44%, o Nasdaq ganhava 0,66% e o S&P avançava 0,48%.

O prazo que republicanos e democratas têm para se entender e evitar o "abismo fiscal" vai se esgotando, faltando apenas 28 dias, isso sem contar o feriado e o recesso para as festas de Natal. Na semana passada, boa parte do sobe e desce das bolsas em Nova York já foi influenciada pelas discussões e isso deve voltar a se repetir nesta segunda-feira e nos próximos dias. O "abismo fiscal" é um conjunto automático de aumento de impostos e corte de gastos que entram em vigor em janeiro se não houver acordo no Congresso.

"É muita incerteza para o mercado", destaca o economista chefe do instituto The Conference Board, Bark van Ark. Ele não está muito otimista com as discussões políticas e prevê que a economia americana entrará em um semi "abismo fiscal" em 2013, com algum corte de gasto e alta de impostos, especialmente para a classe média americana.

O analista do Credit Suisse, Carl Lantz, destaca em um relatório a clientes que o "abismo fiscal" vai dominar a agenda dos investidores nas próximas semanas e pode ser ofuscado apenas pela reunião dos banqueiros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), nos próximos dias 11 e 12.


A expectativa do Credit é de que seja anunciado pelo Fed para 2013 mais recompra de ativos lastreados em hipotecas e papéis de longo prazo, na medida em que a economia americana ainda não cresce com o vigor esperado e a própria discussão sobre o "abismo fiscal" deve ter impacto para uma expansão menor da economia no quarto trimestre. O banco suíço projeta expansão menor da economia neste trimestre, de 2,2%, abaixo dos 2,7% do terceiro trimestre do ano. A projeção, destaca o analista do banco, tem viés de baixa e pode ser reduzida nos próximos dias.

Sobre o "abismo fiscal", no domingo (02) à noite, em um programa da TV americana, o secretário do Tesouro, Timothy Geithner, avaliou que os republicanos vão acabar querendo um acordo, aceitando inclusive o aumento de impostos para os americanos mais ricos. "Eles não vão querer ser os culpados por um aumento de taxas para todos os cidadãos americanos", disse o secretário.

Além desse comentário, indicadores positivos sobre a China e a Europa também contribuem para animar o mercado. Na zona do euro, o índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor industrial da zona do euro subiu para 46,2 pontos em novembro, o patamar mail alto em oito meses, embora ainda mostre a indústria em desaceleração. Na China, o PMI atingiu em novembro o nível máximo em 13 meses.


Entre os indicadores da economia americana previstos para esta segunda-feira à tarde está o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor manufatureiro dos Estados Unido referente a novembro, calculado pelo ISM. A Markit já divulgou seu PMI final de novembro, que subiu a 52,8, de 51,0 em outubro.

Também está na agenda desta segunda-feira a divulgação dos gastos com construção referentes a outubro. Em setembro, esses gastos subiram no ritmo mais forte dos últimos três meses. A expectativa dos analistas é de que os dados de outubro mostrem expansão de 0,5%.

No mundo corporativo, um dos destaques do dia deve ficar com a companhia aérea americana Delta. A imprensa americana divulgou no final de semana que a Delta teria feito uma oferta para comprar a metade da empresa área britânica Virgin Atlantic. A aquisição seria por meio da compra de ações que a Singapore Airlines detém na Virgin. Nesta segunda-feira, a Singapore confirmou que negocia essa venda.

A aquisição seria uma forma de a Delta, segunda maior companhia aérea dos Estados Unidos, ter presença maior em Heathrow, maior aeroporto do mundo, em Londres. Já os papéis da fabricante de computadores Dell subiam 6,02% no pré-mercado, após o banco de investimento Goldman Sachs divulgar relatório elevando a recomendação para a empresa para "compra". A justificativa é a melhora de expectativas para a companhia e o fato de os papéis já terem caído bastante.

Acompanhe tudo sobre:Açõesbolsas-de-valoresMetrópoles globaisNova York

Mais de Mercados

Warren Buffett não está animado com os EUA. Mas está indo às compras do outro lado do globo

Grupo Mobly anuncia mudança de nome para Toky

Warren Buffett quer doar US$ 1 milhão no March Madness de 2025; veja os desafios da competição

Queda das ações da Natura (NTCO3) é oportunidade de compra? Não para o JP Morgan