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CVM suspende julgamento ligado à CEF e ao Panamericano

Há outros casos ligados ao PanAmericano tramitando na autarquia

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2011 às 18h07.

Rio de Janeiro - A presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Maria Helena Santana, pediu vistas hoje de um processo que apura uso de informação privilegiada ligada à venda de participação acionária do PanAmericano para a Caixa Econômica Federal (CEF), em 2009.

O acusado em questão é um ex-funcionário do PanAmericano (entre 2000 e 2002), Frank Sadayoshi Yamamoto, que foi operador de mesa de ativos do banco. Sua mulher, Eliane Thiemi Taira, foi a pessoa física que mais lucros obteve com ações do PanAmericano em 2009. Há outros casos ligados ao PanAmericano tramitando na autarquia. Não foi remarcada a data agendada para a realização de nova sessão de julgamento.

Neste caso, a CVM só acusou Yamamoto por considerá-lo responsável pelas operações. A própria Eliane confirma, em conversa gravada com a corretora Elite, que seu marido a orientava. Além de ex-funcionário do PanAmericano, Yamamoto é sócio de duas empresas (Top Financial Serv de Cons LTDA e Simple Shop Intermediação de Negócios) com relacionamento como correspondente negocial da Caixa. Com isso, o relatório de acusação da CVM considera que o investidor tem amplos relacionamentos no mercado, em especial junto ao PanAmericano e à Caixa.

Em 1º de dezembro de 2009, foi divulgado em fato relevante que o PanAmericano anunciou a alienação de aproximadamente 49% do capital social votante e 20% do capital não votante à CaixaPar, subsidiária da Caixa. O negócio resultou em participação de 35% no capital do banco.

Yamamoto negociou papéis em seu próprio nome e em nome de sua mulher, antes do anúncio formal do negócio. A maior parte do lucro (R$ 1,5 milhão) ficou nas mãos de Eliane, Yamamoto lucrou outros R$ 178 mil. Em algumas operações eles quase dobram os investimentos.

Nas fichas cadastrais, porém, os dois se apresentam como solteiros, o que poderia ser um indício de tentativa de ocultar o possível uso de informação privilegiada. As transações foram feitas entre 12 de maio e 13 de agosto de 2009, ou seja, antes da divulgação do fato relevante, que aconteceu em dezembro.

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