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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.
Rio de Janeiro - A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) condenou ontem três corretoras e algumas pessoas investigadas na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Correios por irregularidades praticadas no mercado financeiro entre 2002 e 2003, que movimentaram cerca de R$ 21,9 milhões. Além de inabilitar por dez anos a corretora São Paulo e seu diretor, Jorge Ribeiro dos Santos, a autarquia aplicou multas que somam R$ 6,8 milhões a outros 14 acusados. Na investigação, a CVM verificou a criação de condições artificiais de mercado com opções de câmbio negociadas na Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F) para fabricar lucros e prejuízos, operação conhecida como "esquema esquenta e esfria".
Já condenada pela autarquia em 2007, a corretora São Paulo foi o alvo central do inquérito. A investigação da CVM revelou que a instituição atuou em 90,48% dos contratos de opções investigados, sendo uma espécie de ponto de encontro para os interessados em criar condições artificiais de mercado. "Não é crível a soma das seguintes coincidências: um grupo de investidores que não possuem relacionamento aparente entre si realizar operações no mercado de balcão por dez meses por intermédio da mesma corretora sem que nenhuma opção fosse exercida", disse o relator do processo, Alessandro Broedel Lopes, diretor da CVM.
Procurada, a corretora disse que vai recorrer da decisão da CVM ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional. Além da inabilitação à São Paulo Corretora, a CVM multou, em R$ 400 mil cada uma, as corretoras Fair e Cruzeiro do Sul, todas alvo de investigação da CPI por supostas irregularidades contra fundos de pensão. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.