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Bancos privados são oásis em meio à turbulência da Bovespa

Ação do Bradesco é a preferida do setor, ao lado da do Itaú Unibanco, que também tem recomendação de compra


	Bovespa: para o Credit Suisse, os bancos privados devem continuar com a performance acima do IBrX, e que chega a superar em 8% o referencial
 (Paulo Fridman/Bloomberg News)

Bovespa: para o Credit Suisse, os bancos privados devem continuar com a performance acima do IBrX, e que chega a superar em 8% o referencial (Paulo Fridman/Bloomberg News)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2014 às 11h10.

São Paulo - O Credit Suisse considera os bancos privados brasileiros uma boa opção em meio às turbulências do mercado brasileiro, “um óasis em meio ao deserto”, conforme o título dado ao relatório em que a instituição melhora a recomendação para o Bradesco, de manter (neutral) para comprar (overweight). A ação do Bradesco é a preferida do setor, ao lado da do Itaú Unibanco, que também tem recomendação de compra.

O CS também recomenda compra das units (recibos de ações) do Santander, mas reconhece que o banco não está entre suas maiores preferências. Para o CS, os bancos privados serão os maiores beneficiários da retração esperada dos bancos públicos no mercado de crédito, e também pela recuperação dos spreads (diferença entre o que o banco cobra do devedor e o que paga ao investidor). O Credit Suisse tem recomendação de manter (neutral) para o Banco do Brasil.

Para o Credit Suisse, os bancos privados devem continuar com a performance acima do IBrX, e que chega a superar em 8% o referencial. Mesmo em um cenário mais desafiador, provocado por um crescimento mais modesto da economia, os analistas do CS acreditam que os bancos privados vão entregar bons lucros por ação este ano e no próximo.

O lucro virá da tendência de spreads maiores, aliada a um persistente controle de custos. A expectativa é de um crescimento nos lucros de dois dígitos, incluindo um 2015 melhor do que o previsto atualmente pelo mercado.

O receio de um potencial de racionamento de energia no fim do ano coloca algum risco para as previsões, especialmente pelo impacto na qualidade dos ativos. Mas o impacto nos bancos deve ser bem menos significativo do que em outros setores, especialmente do que no industrial e até no de consumo.


Para o CS, o preço das ações está atrativo em relação ao potencial de retorno dos bancos privados, com uma expectativa de alta de 18% em média. Os retornos em dividendos (dividend yield) projetados também são interessantes, na média em 5,3% ao ano. “Apesar de sabermos que a volatilidade deve se manter, nós acreditamos que as ações de bancos brasileiros vão continuar a oferecer um dos melhores balanços entre risco e retorno no mercado de ações brasileiro, com múltiplos baixos, dividend yield atrativo e uma história positiva de crescimento nos lucros”, diz o relatório, assinado pelos analistas Marcel Telles, Daniel Magalhães, Victor Schabbel e Alonso Garcia.

O banco elevou a recomendação para o Bradesco e o colocou entre as “top picks” (principais recomendações) no Brasil, com base em um mal desempenho da ação nos últimos 12 meses, uma expectativa muito melhor para a receita líquida de crédito (Net Interest Income, resultado dos ganhos dos empréstimos menos as despesas de captação) e para a inadimplência.

O Itaú Unibanco é o segundo preferido e teve a recomendação de compra reforçada, apesar de sua ação ser a que apresenta a melhor performance do ano entre os bancos. O Itaú deve consolidar um retorno sobre o patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) no nível de 21%.

O CS estima um preço justo para o Bradesco de R$ 34, ante R$ 29,04 do fechamento do mercado hoje. Para o Itaú Unibanco, a projeção foi elevada, de R$ 37 para R$ 38, para R$ 32,27 do mercado. Para o Santander, a projeção é de R$ 13,50, ante R$ 12,06 na Bovespa, e para o BB, de R$ 20,70, comparada a R$ 20,79 do fechamento de hoje.

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