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Crise no Japão faz governo adiar medidas cambiais

A situação no Japão e seu efeito nos mercados recomendam adiamento no anúncio de possíveis medidas, diz o ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: mercados voláteis com crise no Japão (José Cruz/Agência Brasil)

O ministro da Fazenda, Guido Mantega: mercados voláteis com crise no Japão (José Cruz/Agência Brasil)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2011 às 20h30.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o governo está acompanhando a evolução do mercado para avaliar a necessidade de adoção de medidas cambiais. A situação extremamente delicada no Japão, a visita oficial ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, além da crise em países do Norte da África com a situação indefinida na Líbia, recomendam o adiamento do anúncio das medidas.

Mantega foi extremamente cauteloso ao comentar a situação do Japão, ao afirmar que se desconhece o alcance da crise japonesa. "Estamos acompanhando para ver qual é sua extensão. Estamos torcendo para que o governo japonês consiga controlar a situação", disse. Ele considera que, por enquanto, é normal que os mercados fiquem um pouco nervosos e voláteis, mas insiste que é "preciso aguardar uns dias para que esta situação se acomode", inclusive para se ter um quadro mais claro sobre eventuais impactos no Brasil.

Ao ser questionado se as medidas seriam anunciadas esta semana, Mantega respondeu: "Estamos acompanhando a evolução do mercado".

Pela manhã, Mantega havia afirmado que a crise gerada pelo terremoto que assolou o Japão na última sexta-feira não teria nenhuma relação com o adiamento do anúncio das medidas.

Os estudos incluem a possibilidade de aumento da alíquota do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) no ingresso de capitais e até mesmo a imposição de um tipo de quarentena para dificultar a saída do capital do país. Apesar de trabalhar com o arcabouço jurídico para impor uma quarentena, trata-se de uma medida de alto simbolismo no mercado internacional.

Mantega, no momento, prefere focar na crise do Japão e afirma que ainda é prematuro para se avaliar a extensão da crise econômica e do drama humano no Japão. "Temos que deixar a situação se delinear com mais clareza", disse. Segundo ele, é preciso saber qual a extensão do problema nuclear, para depois avaliar as condições econômicas e os supostos danos às exportações brasileiras. Ele diz que o Brasil está torcendo para que o governo japonês consiga superar esta situação.

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