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Da Redação
Publicado em 5 de outubro de 2012 às 10h38.
São Paulo - A CPFL Energias Renováveis anunciou na quinta-feira ter desistido de seu processo de abertura de capital (IPO, na sigla em inglês). Segundo a empresa, o movimento foi motivado pelas incertezas criadas pelo cenário econômico externo e pela Medida Provisória 579 - que trata da renovação de concessões no setor elétrico.
O presidente da companhia, Miguel Normando Abdalla Saad, explicou, em um comunicado, que, embora a MP não gere impactos relevantes sobre os ativos da CPFL Renováveis, as perdas percebidas recentemente pelos investi dores com as ações do setor e as incertezas dos agentes sobre os efeitos diretos e indiretos das medidas criaram um cenário de insegurança.Considerando que os recursos a serem captados no IPO seriam destinados à expansão adicional dos negócios, os acionistas entenderam que, num ambiente como o atual, não faria sentido manter a oferta pública de ações, disse o executivo.
Com a CPFL Renováveis, sobe para oito o número de empresas que recuaram da intenção de abrir capital na bolsa neste ano. Além da empresa de energia, a Brasil Travel, a Seabras, a Isolux, a CVC, a Biosev, a Manabi Holding e a Celulose Irani também voltaram atrás na ideia de testar o apetite dos investidores para ofertas públicas iniciais de ações ao longo de 2012.
De acordo com fontes ouvidas pela Agência Estado, esta semana está sendo decisiva para as candidatas que têm planos de abrir capital na bolsa brasileira nos próximos meses. Quem também deve decidir se vai a mercado este ano é a AutoBrasil Participações, rede brasileira de comercialização de automóveis seminovos e usados, segundo uma fonte que preferiu não ser identificada.
O próprio diretor-presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, admitiu, em conversa com jornalistas esta semana, que o mercado local poderia ser palco de apenas uma ou outra operação este ano. A razão, segundo ele, é que, embora o potencial para empresas abrirem capital na bolsa continue existindo, o cenário de indefinição no exterior, com os investidores internacionais mais preocupados, tem impactado o mercado local, já que este público tem grande peso nessas operações. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.