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Corretoras preferem Gol à TAM, mas alertam para 2009 ruim

Setor deve ter um ano difícil com aumento da concorrência e baixo crescimento da demanda

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de outubro de 2010 às 20h37.

O crescimento do setor aéreo brasileiro abaixo do esperado pelo mercado em 2008, principalmente no mês de dezembro, fez com que corretoras de valores alertassem para o difícil ano que as empresas terão de enfrentar em 2009. Mesmo assim, o banco Itaú e a SLW avaliaram que a Gol levou vantagem em relação a sua concorrente direta, a TAM, principalmente no que diz respeito à participação de mercado interno.

Segundo as corretoras, com base em dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a demanda interna por voos domésticos cresceu 16,1% em dezembro do ano passado na comparação com o mês anterior e 3,7% sobre dezembro de 2007. A Gol registrou crescimento de 22,7% e queda de 1,7%, respectivamente, enquanto a TAM fechou o último mês de 2008 com altas de 10,3% e 5,0%, respectivamente. No mês passado, a Gol tinha 42,4% do mercado (alta de 2,4 pontos percentuais sobre o mês anterior) e a TAM, 49,1% (queda de 2,6 pontos percentuais). Nas rotas internacionais, a TAM fechou o ano passado com 86% de participação de mercado, contra apenas 14% para a Gol.

Em relatório divulgado para o mercado, o Itaú classifica as ações da Gol como outperform (atraentes) e estima que cada papel da empresa (GOLL4) tem preço justo em 25,6 reais. Por sua vez, o banco classifica a ação da TAM (TAMM4) como sector-perform (neutra), com uma estimativa de preço justo em 42,5 reais. Na tarde desta quarta-feira, os papéis eram negociados por 10,37 reais e 18,19 reais, respectivamente.

Futuro

Uma nuvem negra se forma sobre o setor aéreo em 2009 devido à desvalorização do real frente ao dólar, que torna os custos das empresas e os preços das passagens – principalmente os tickets internacionais – mais caros. Nesse cenário, avaliam as corretoras, a Gol leva vantagem sobre a TAM por ter menor dependência do mercado externo. A percepção é que os brasileiros irão preferir viajar pelo país para não negociarem as passagens em dólares, além da própria Gol já ter apresentado no fim do ano um ganho no mercado doméstico. Além disso, a TAM detém um mercado maior de voos executivos, que também está sendo afetado pela crise financeira internacional.

“TAM e Gol deverão enfrentar um ambiente de queda da demanda doméstica e internacional, conseqüência da queda da renda das pessoas, aumento do desemprego, novo patamar do dólar, entre outros problemas trazidos com a crise, o que poderá levar a uma intensificação da concorrência entre ambas”, afirma a corretora Link, em relatório. A corretora lembra ainda que o mercado interno irá ficar mais concorrido com a entrada da Azul, que chegou com planos de crescimento acelerado.

Um terceiro aspecto negativo contra a TAM, segundo a corretora Link, é que a empresa tem hedge de 50% de seu consumo de combustível até o terceiro trimestre deste ano, ao preço médio de 105 dólares o barril do petróleo, enquanto a commodity vem sendo negociada abaixo de 40 dólares por barril. “Esse hedge poderá trazer perdas financeiras consideráveis para a TAM nos próximos meses”, diz a Link em relatório, em opinião que também é compartilhada com o banco Itaú. A Link informou que esse cenário a fez manter sua recomendação de neutro para os papéis de empresas do setor aéreo.

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