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Corretoras formam consórcio para ativar IPOs de menor tamanho

Dez empresas se uniram para reduzir os custos de venda de títulos e ações no Bovespa Mais e na Cetip

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DR

Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 16h13.

São Paulo – O empoeirado Bovespa Mais vai ter mais uma chance de decolar. O projeto da bolsa, lançado em 2005, tem a intenção de levar para o mercado empresas de menor porte, que poderiam captar menos em suas ofertas iniciais de ação (IPO). Só estreou de fato em 2008, com a ida da Nutriplant para o segmento. Em 2010, a CAB Ambiental se preparou para captar nesse mercado, mas não levou a oferta adiante. Já em 2011, a Desenvix listou seus papéis, mas sem realizar uma captação de fato.

O detalhe que a bolsa pode ter esquecido na época é que uma empresa não abre capital sozinha. Ela precisa de coordenadores para sua oferta, advogados e auditores. Nada disso é de graça. Tão pouco sai barato. Segundo Cristiana Pereira, diretora de relacionamento com empresas da BM&FBovespa, as experiências anteriores com Nutriplant e CAB Ambiental mostram um custo médio de 7% do valor da captação.

Se não fosse esse detalhe, o segmento poderia ter uma série de novos participantes. A vocação brasileira para empresas familiares e o empreendedorismo que cresce dia a dia faz com que o país tenha uma série de candidatas não tão endinheiradas ao mercado de capitais. Só de companhias acompanhadas mais de perto pela bolsa, existem 160 que podem vir para o mercado nos próximos três anos, sendo um terço delas por meio do Bovespa Mais.

Um grupo de dez corretoras e empresas de investimentos resolveu se unir para levar essas empresas para o mercado. São elas Souza Barros, Sagres, Elite, Omar Camargo, Coinvalores, Spinelli, Prosper, Lerosa, Planner e SLW.

“Não há interesse de grandes bancos de fazer o IPO de uma empresa de menor porte”, resume José Carlos Batelli Corrêa, da Prosper Corretora. Faz sentido. Afinal, um grande banco de investimentos não perderia tempo com alguns poucos milhões de reais quando poderia faturar alto num IPO que pode girar 1 bilhão de reais, como deve acontecer com o BTG.

A ideia do consórcio, que vem sendo estruturado há quase dez meses, é diluir os custos entre as dez empresas, que farão as operações em conjunto.

“Queremos levar para o mercado de renda variável empresas que possam captar um mínimo de 60 milhões de reais num IPO”, afirma Afrânio Barbosa de Souza, diretor da Elite.

Uma má interpretação por parte das empresas também pode ter sido um freio para o desenvolvimento desse segmento, como avalia o consórcio. “Uma empresa acredita que negociar no mesmo segmento que empresas como Petrobras ou Vale é uma boa vitrine. Na verdade, elas acabam ofuscadas”, afirma Ricardo Penna de Azevedo, diretor da Planner Corretora. Segundo ele, pode ter ocorrido a falsa ideia de que o segmento seria pior. “Há um erro de avaliação, mas na verdade são dois mercados diferentes”, diz.


Além do Bovespa Mais, a Cetip também pode receber debêntures de “clientes” do consórcio. “Podemos ter empresas que se interessem pelo mercado, mas que ainda não estejam prontas para negociar ações. Por isso, podemos ajudar na emissão de títulos de dívida também”, afirma Carlos Souza Barros, da corretora Souza Barros.

Naturalmente, a bolsa comemora a iniciativa. “É sempre uma boa notícia saber que existem agentes no mercado dispostos a atuar num segmento que precisa se desenvolver”, diz Cristiana Pereira, diretora de relacionamento com empresas da BM&FBovespa. Não há um apoio particular a esse consórcio, mas Cristiana explica que a bolsa sempre promove eventos com empresas que possam se interessar no mercado e agentes que podem ajudar nessa operação.

Atuação

O consórcio pode atuar em três fases distintas (ou em todas elas): na preparação de uma empresa para acessar o mercado (auditoria, documentação), no registro de uma companhia (elaboração da oferta em si) e no pós-oferta (período de cerca de dois anos onde as empresas podem precisar de formadores de mercado).

Para conseguir diminuir os custos em todas essas etapas, o consórcio já escolheu um escritório de advocacia e duas auditorias para trabalhar em conjunto. “Uma empresa que abre capital pelo consórcio não é obrigada a escolher esses parceiros. Mas o custo será menor”, afirma Souza, diretor da Elite.

Cada uma das corretoras faz individualmente a avaliação de empresas potenciais e, ao ter uma companhia pronta para o mercado, o restante do consórcio é acionado. Nenhuma das quatro corretoras presentes na conversa com Exame.com conta quais empresas já estão sendo avaliadas – nem para a reportagem, nem uma para outra.

Também não há um prazo para a primeira oferta promovida pelo grupo. “Não há como ter certeza de que teremos uma oferta ainda este ano. Tudo depende das condições do mercado”, diz Batelli Corrêa, da Prosper, que lembra que o IPO do BTG é um bom sinal de que pode haver uma janela no mercado.

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São Paulo – O empoeirado Bovespa Mais vai ter mais uma chance de decolar. O projeto da bolsa, lançado em 2005, tem a intenção de levar para o mercado empresas de menor porte, que poderiam captar menos em suas ofertas iniciais de ação (IPO). Só estreou de fato em 2008, com a ida da Nutriplant para o segmento. Em 2010, a CAB Ambiental se preparou para captar nesse mercado, mas não levou a oferta adiante. Já em 2011, a Desenvix listou seus papéis, mas sem realizar uma captação de fato.

O detalhe que a bolsa pode ter esquecido na época é que uma empresa não abre capital sozinha. Ela precisa de coordenadores para sua oferta, advogados e auditores. Nada disso é de graça. Tão pouco sai barato. Segundo Cristiana Pereira, diretora de relacionamento com empresas da BM&FBovespa, as experiências anteriores com Nutriplant e CAB Ambiental mostram um custo médio de 7% do valor da captação.

Se não fosse esse detalhe, o segmento poderia ter uma série de novos participantes. A vocação brasileira para empresas familiares e o empreendedorismo que cresce dia a dia faz com que o país tenha uma série de candidatas não tão endinheiradas ao mercado de capitais. Só de companhias acompanhadas mais de perto pela bolsa, existem 160 que podem vir para o mercado nos próximos três anos, sendo um terço delas por meio do Bovespa Mais.

Um grupo de dez corretoras e empresas de investimentos resolveu se unir para levar essas empresas para o mercado. São elas Souza Barros, Sagres, Elite, Omar Camargo, Coinvalores, Spinelli, Prosper, Lerosa, Planner e SLW.

“Não há interesse de grandes bancos de fazer o IPO de uma empresa de menor porte”, resume José Carlos Batelli Corrêa, da Prosper Corretora. Faz sentido. Afinal, um grande banco de investimentos não perderia tempo com alguns poucos milhões de reais quando poderia faturar alto num IPO que pode girar 1 bilhão de reais, como deve acontecer com o BTG.

A ideia do consórcio, que vem sendo estruturado há quase dez meses, é diluir os custos entre as dez empresas, que farão as operações em conjunto.

“Queremos levar para o mercado de renda variável empresas que possam captar um mínimo de 60 milhões de reais num IPO”, afirma Afrânio Barbosa de Souza, diretor da Elite.

Uma má interpretação por parte das empresas também pode ter sido um freio para o desenvolvimento desse segmento, como avalia o consórcio. “Uma empresa acredita que negociar no mesmo segmento que empresas como Petrobras ou Vale é uma boa vitrine. Na verdade, elas acabam ofuscadas”, afirma Ricardo Penna de Azevedo, diretor da Planner Corretora. Segundo ele, pode ter ocorrido a falsa ideia de que o segmento seria pior. “Há um erro de avaliação, mas na verdade são dois mercados diferentes”, diz.


Além do Bovespa Mais, a Cetip também pode receber debêntures de “clientes” do consórcio. “Podemos ter empresas que se interessem pelo mercado, mas que ainda não estejam prontas para negociar ações. Por isso, podemos ajudar na emissão de títulos de dívida também”, afirma Carlos Souza Barros, da corretora Souza Barros.

Naturalmente, a bolsa comemora a iniciativa. “É sempre uma boa notícia saber que existem agentes no mercado dispostos a atuar num segmento que precisa se desenvolver”, diz Cristiana Pereira, diretora de relacionamento com empresas da BM&FBovespa. Não há um apoio particular a esse consórcio, mas Cristiana explica que a bolsa sempre promove eventos com empresas que possam se interessar no mercado e agentes que podem ajudar nessa operação.

Atuação

O consórcio pode atuar em três fases distintas (ou em todas elas): na preparação de uma empresa para acessar o mercado (auditoria, documentação), no registro de uma companhia (elaboração da oferta em si) e no pós-oferta (período de cerca de dois anos onde as empresas podem precisar de formadores de mercado).

Para conseguir diminuir os custos em todas essas etapas, o consórcio já escolheu um escritório de advocacia e duas auditorias para trabalhar em conjunto. “Uma empresa que abre capital pelo consórcio não é obrigada a escolher esses parceiros. Mas o custo será menor”, afirma Souza, diretor da Elite.

Cada uma das corretoras faz individualmente a avaliação de empresas potenciais e, ao ter uma companhia pronta para o mercado, o restante do consórcio é acionado. Nenhuma das quatro corretoras presentes na conversa com Exame.com conta quais empresas já estão sendo avaliadas – nem para a reportagem, nem uma para outra.

Também não há um prazo para a primeira oferta promovida pelo grupo. “Não há como ter certeza de que teremos uma oferta ainda este ano. Tudo depende das condições do mercado”, diz Batelli Corrêa, da Prosper, que lembra que o IPO do BTG é um bom sinal de que pode haver uma janela no mercado.

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