Coreia do Sul considera fechar bolsas de bitcoin e moeda cai
Além de encerrar bolsas, uma legislação nova está propondo banir o uso de contas anônimas de moedas virtuais a partir de janeiro
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de dezembro de 2017 às 13h23.
Última atualização em 28 de dezembro de 2017 às 13h46.
Seul - O governo da Coreia do Sul anunciou medidas duras para combater a negociação de criptomoedas e disse estar considerando fechar as bolsas de bitcoin que operam no país.
Uma legislação nova está propondo banir o uso de contas anônimas de moedas virtuais a partir de janeiro e evitar que os bancos forneçam serviços para transações não identificadas de criptomoedas nas bolsas de bitcoin.
O governo também alertou que as moedas virtuais podem ser "vulneráveis aos danos de fraude de investimento ou ataques hacker às bolsas".
Na semana passada, a bolsa sul-coreana Youbit suspendeu os negócios e decretou falência após ser hackeada pela segunda vez em oito meses, perdendo uma enorme fatia de suas reservas digitais. Investigadores estão estudando a possibilidade de envolvimento da Coreia do Norte no caso.
A cotação do bitcoin caiu após o anúncio das medidas nesta quinta-feira na Ásia. De acordo com a CoinDesk, principal consultoria do setor, a moeda virtual era cotada a US$ 14.161,79 às 12h34 (de Brasília).
Muitos coreanos correram para o bitcoin e outras criptomoedas neste ano, o que ajudou a impulsionar seu valor. Neste mês, a Coreia do Sul chegou a ser apontada como responsável por 1/4 das negociações globais de bitcoin, de acordo com a Coinhills.
O frenesi incomodou as autoridades do país, que levantaram preocupações sobre a especulação e o risco dos investidores perderem dinheiro com as quedas acentuadas da moeda ou com os ataques hacker nas bolsas.
O primeiro-ministro da Coreia do Sul, Lee Nak-yon, também alertou que o interesse crescente por criptomoedas pode "levar a um fenômeno seriamente distorcido ou patológico".