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Copo da bolsa brasileira está “meio cheio”, diz HSBC

Em relatório enviado a clientes, analistas do banco afirmam que a percepção em relação ao país está “melhorando gradativamente"


	Investidores na sede da Bovespa, em São Paulo: na visão do HSBC, os fatores técnicos do mercado brasileiro continuam positivos
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Investidores na sede da Bovespa, em São Paulo: na visão do HSBC, os fatores técnicos do mercado brasileiro continuam positivos (.)

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Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2013 às 12h10.

São Paulo - As inconsistências que cercam o mercado de ações brasileiro, incluindo as inconstantes manifestações do governo a respeito de empresas e setores, são muitas. A recuperação econômica ainda é fraca. O cenário, desafiador. Mas, apesar desse panorama traçado por analistas da corretora do HSBC, a visão geral do banco é a de que o copo da bolsa brasileira está “meio cheio”.

Em relatório enviado a clientes, os analistas Alexandre Gartner, Francisco Machado e Ben Laidler afirmam que a percepção em relação ao país está “melhorando gradativamente”. Eles mantêm, para as ações brasileiras, a classificação de “overweight” (alocação acima da média do mercado), afirmando que os resultados, apesar de ainda muito fracos, estão se estabilizando, “indiscutivelmente”.

Na visão do HSBC, os fatores técnicos do mercado brasileiro continuam positivos. E mais, na visão dos analistas, as recentes ofertas públicas iniciais de ações (IPOs, na sigla em inglês) já refletem a moderação do pessimismo dos investidores, “pois o apetite por ativos brasileiros específicos continua presente”.

Os dois grandes IPOs do ano, até agora, foram da BB Seguridade, subsidiária do Banco do Brasil, e da Smiles, empresa de milhagens da Gol. A primeira operação atingiu o segundo maior volume na história dos IPOs do mercado brasileiro, passando dos R$ 14 bilhões. O IPO da Smiles chegou a pouco mais de R$ 1 bilhão.

Setores em alta e em baixa

O setor de Energia foi elevado pelos analistas à classificação overweight, com destaque para a Cosan, que passou a integrar a carteira estratégica do HSBC. “Ela se tornou uma empresa diversificada de alto crescimento”, dizem os analistas.

Houve ainda uma troca de papéis no setor de consumo. Saíram as ações de empresas ligadas ao segmento de consumo básico, como alimentos, bebidas e supermercados, entrando as de bens de consumo discricionário, que são os bens de maior valor, e que não são essenciais (como automóveis, vestuário de maior valor, eletroeletrônicos, dentre outros).


Segundo os analistas, o setor de bens de consumo discricionário “teve desempenho abaixo do mercado, com resultados que registraram queda”. Entretanto, como a avaliação de empresas do setor tem melhorado e as condições macroeconômicas também dão sinais de recuperação, o cenário para esses papéis é promissor. Como exceções a essa estratégia, o HSBC mantém Lojas Renner na carteira e acrescenta a varejista voltada ao segmento de baixa renda Marisa.

O setor de bens de consumo básico foi rebaixado para underweight, ou seja, alocação abaixo da média de mercado. “Seu desempenho ficou acima do mercado, os papéis ficaram caros”, diz o relatório. “Além disso, a melhoria na percepção do consumidor tem menos impacto nesse setor defensivo.”

Saem da carteira do HSBC as ações de Brasil Foods e Pão de Açúcar, que foram as com melhor desempenho, beneficiadas pelas tendências de aumento nos preços de alimentos e por seu perfil defensivo.

Na visão dos analistas, a Cielo também é uma boa ação para aproveitar a recuperação do consumo, pagando bons dividendos, com um rendimento de aproximadamente 5%.

Setor financeiro

Os analistas continuam “gostando de instituições financeiras, mantendo uma opinião positiva sobre o setor, uma vez que elas continuam baratas e os resultados das empresas parecem estar estabilizando”. No relatório, o HSBC ressalta que a recuperação econômica lenta continuará sendo fator positivo para a questão da inadimplência. As ações do Itaú Unibanco seguem sendo as preferidas do HSBC, seguidas pelas do Bradesco.

Confira abaixo a carteira estratégica do HSBC, com 13 papéis:

Empresa Ação Dividend yield (%)
OdontoPrev ODPV3 4,0
Itaú Unibanco ITUB4 3,6
Cosan CSAN3 1,2
Lojas Renner LREN3 4,5
Ambev AMBV4 3,1
Vale VALE3 3,7
Cielo CIEL3 5,1
Bradesco BBDC4 4,1
BM&Fbovespa BVMF3 4,4
Marisa AMAR3 3,5
Telefônica VIVT4 7,9
Pão de Açúcar PCAR4 1,3
Petrobras PETR4 3,7
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