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Como a onda de IPOs afeta as ações já listadas

Com oferta quatro vezes a captação líquida de fundos de ações, IPOs conflitam com investimentos já presentes nas carteiras de gestores

Cerimônia de estreia do TC na B3 no dia 29 de julho de 2021; a partir da esquerda: Javier Ramacciotti (CTO), Omar Ajame (presidente do Conselho de Administração), Guillermo Parra-Bernal (diretor da TC Mover e membro do conselho), Pedro Albuquerque Filho (sócio-fundador e CEO), Edison Ticle (membro independente do conselho), Rafael Ferri (sócio-fundador) e Israel Massa (sócio-fundador e CFO) | Foto: Cauê Diniz/B3 (Cauê Diniz/B3/Divulgação)
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Da Redação

Publicado em 30 de julho de 2021 às 09h27.

As ações da Clear Sale estreiam nesta sexta-feira, 30, na B3, após serem precificadas no topo da faixa indicativa, sinalizando que o apetite por novas histórias segue firme entre os investidores. No ano, as ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) já movimentaram 56,26 bilhões de reais, de acordo com a CVM. O número, porém, é ainda maior se incluir as ofertas realizadas com esforços restritos, destinadas a um número reduzido de investidores profissionais.

Somente neste mês de julho, os IPOs movimentaram mais de 13 bilhões de reais. O tamanho da oferta é cerca de 4 vezes a captação líquida dos fundos de ações, que até quinta-feira, 29, estava em 3,2 bilhões de reais, de acordo com dados da Anbima. O desbalanço, segundo Bruno Lima, analista-chefe de ações do BTG Pactual Digital, tem  consequências no mercado.

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"Qualquer IPO que chega compete com os investimentos já existentes. Se um gestor que investir numa empresa nova, tem que vender o que tem", comentou Lima na Abertura de Mercado desta sexta-feira. Nesse dilema, diz, as ações com menos convicção do mercado são as que mais sofrem. "Esse vai para o primeiro lugar da fila da redução de posição". Um caso claro, segundo o analista, foi o que ocorreu com as ações da Americanas (AMER3, ex-B2W), que acumulam perdas de mais de 60% em julho.

Passando por uma reorganização societária com as Lojas Americanas (LAME4), que passou a ser apenas um veículo de investimento na companhia, os papéis das Americanas tem a maior desvalorização do ano entre os componentes do Ibovespa, com queda de 71%.

"Os resultados não devem ser ruins. Mas o mercado quer mais clareza sobre a reestruturação [societária] e possíveis sinergias", disse o analista.

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