Mercados

Com vendas fracas, Ambev cai 6% e AB InBev desvaloriza 9%

Desempenho do varejo de cerveja no Brasil e Coreia do Sul decepcionou investidores

No Brasil, o segundo maior mercado da AB InBev, atrás dos Estados Unidos, a empresa viu seus volumes caírem 3%. (foto/Reuters)

No Brasil, o segundo maior mercado da AB InBev, atrás dos Estados Unidos, a empresa viu seus volumes caírem 3%. (foto/Reuters)

TL

Tais Laporta

Publicado em 25 de outubro de 2019 às 10h35.

Última atualização em 25 de outubro de 2019 às 11h16.

As ações da Anheuser-Busch InBev, dona da Ambev, recuavam mais de 9% nesta sexta-feira (25) depois que a maior cervejaria do mundo reduziu as previsões de crescimento do lucro para este ano, após resultados mais fracos nos volumes de cerveja no Brasil e na Coreia do Sul no terceiro trimestre. Sua controlada também apresentou um balanço fraco e chegou a recuar 6% nesta manhã, a 18,05 reais.

A Ambev apresentou resultados aquém do esperado no terceiro trimestre. O volume de vendas de cerveja no Brasil caiu 2,8% frente ao ano anterior, o principal destaque negativo do balanço. "Os volumes da América Latina e da América Central superaram nossas estimativas, mas passaram longe de compensar os resultados do Brasil, tanto nos segmentos de cerveja quanto no de bebidas não alcoólicas (NAB)", escreveu a XP Investimentos.

O EBITDA ajustado de R$ 4,4 bilhões ficou 6,5% abaixo das estimativas da corretora, com queda de 1%. O lucro líquido normalizado de R$ 2,4 bilhões também foi inferior a o que a XP esperava, uma queda de 15,8% frente ao ano anterior devido sobretudo a impostos mais altos, parcialmente compensados ​​por menores despesas financeiras.

Resultado fraco da Ab Inbev

A fabricante da Budweiser, Corona e Stella Artois previa um forte crescimento de receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) este ano. Nesta sexta-feira, porém, passou a esperar um crescimento “moderado” no Ebitda, citando um período “desafiador” de julho a setembro.

O Ebitda do terceiro trimestre da empresa com sede na Bélgica ficou estável em 5,29 bilhões de reais no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, frustrando expectativas do mercado de um aumento de 3%.

A AB InBev havia alertado sobre algumas fraquezas após um forte segundo trimestre, quando suas vendas de cerveja aumentaram no ritmo mais rápido em mais de cinco anos

Os custos no período aumentaram em razão de custos mais altos de alumínio e cevada de malte e devido às moedas mais fracas de alguns de seus mercados, principalmente o brasileiro real.

Os custos de vendas e marketing também foram maiores que no terceiro trimestre de 2018. No ano passado, esses custos foram desviados para o primeiro semestre do ano por causa da Copa do Mundo de futebol.

Vendas no Brasil e Coreia do Sul recuaram

Além desses itens previstos, a empresa também teve menores vendas de cerveja no Brasil e na Coreia do Sul, à medida que aumentou os preços nos fracos mercados consumidores.

No Brasil, o segundo maior mercado da AB InBev, atrás dos Estados Unidos, a empresa viu seus volumes caírem 3%, com alguns concorrentes vendendo sua cerveja com desconto para os consumidores.

Na Coreia do Sul, onde a AB InBev é líder de mercado, a empresa elevou os preços da cerveja em abril, mas os reverteu este mês por causa de uma desaceleração econômica e depois que os rivais não seguiram o exemplo.

A AB InBev disse que ainda espera um forte crescimento geral da receita em 2019, mas disse que os desafios do Brasil e da Coreia do Sul continuarão no quarto trimestre, portanto a empresa espera apenas um crescimento “moderado” do Ebitda.

Em outras divisões, a AB InBev vendeu sua subsidiária australiana Carlton & United Breweries para a Asahi por 11 bilhões de dólares e levantou cerca de 5,6 bilhões para uma segunda tentativa de listar parte de seus negócios asiáticos.

Acompanhe tudo sobre:ab-inbevAções

Mais de Mercados

Raízen conversa com Petrobras sobre JV de etanol, diz Reuters; ação sobe 6%

Petrobras anuncia volta ao setor de etanol

JBS anuncia plano de investimento de US$ 2,5 bilhões na Nigéria

Ibovespa fecha em alta de 1,74% puxado por Petrobras após anúncio de dividendos