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Com pé atrás, investidor espera novos poços de HRT e QGEP

Segundo analistas, ambas as petrolíferas possuem portfólios com boas perspectivas; ainda serão necessários, porém, anúncios positivos de descobertas para animar o mercado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 2 de abril de 2012 às 17h07.

São Paulo - Elas chegaram à Bovespa gerando grande expectativa entre investidores no final de 2010 e início de 2011, mas desde então as ações de HRT e QGEP amargam desvalorizações e geram dúvidas devido às decepções com as perfurações de seus poços de petróleo.

Segundo analistas ouvidos pela Reuters, ambas as petrolíferas possuem portfólios com boas perspectivas. Porém, ainda serão necessários anúncios positivos de descobertas para que recuperem o otimismo do mercado.

"Temos um pouco de pé atrás sobre essas empresas que estão na fase de prospecção... Em um anúncio de sucesso de perfuração, os papéis sobem forte. Em um anúncio de fracasso, caem forte", afirmou um profissional da equipe de pesquisas da Planner Corretora.

A QGEP, braço de exploração e produção de petróleo da Queiroz Galvão, levantou 1,5 bilhão de reais com sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em fevereiro de 2011. A ação da empresa está sendo negociada na faixa de 13 reais, cerca de 30 por cento abaixo do valor definido no IPO, de 19 reais.

"Os resultados de 2011 ficaram abaixo das expectativas e no mesmo dia a empresa divulgou os resultados de prospectos nos quais as perfurações de dois deram água, e no terceiro a QGEP falou que só teria resposta mais para frente", disse o profissional da Planner. Apenas no pregão mencionado, em 15 de março, o papel da QGEP desabou 18,1 por cento.

Já os analistas Frank McGann e Conrado Vegner, do Bank of America Merrill Lynch, ressaltaram, em relatório, que a QGEP mantém uma perspectiva positiva.


"Apesar do claro desapontamento com os resultados do prospecto Santos #2, a diretoria comunicou que acredita que seu portfólio atual tem mais potencial agora do que no IPO no ano passado, auxiliada por aquisições em BM-S-8 e BS-4", afirmaram os analistas, em referência a blocos da bacia de Santos.

A diretora de Relações com Investidores da empresa, Paula Costa, também disse que as perspectivas são positivas. "Esse poço (na Bacia de Santos) tinha um volume importante no nosso portfólio, mas ainda está em análise. Daqui para a frente, a empresa está muito confiante com os próximos resultados." Segundo ela, o resultado do prospecto Santos #4 deverá ser conhecido ainda no segundo trimestre deste ano.

Paula ressaltou à Reuters que o cenário macroeconômico de 2011 prejudicou o desempenho das ações da QGEP, assim como de outras empresas listadas em bolsa. Ela reconheceu que os resultados obtidos em 2011 também prejudicaram os papéis da empresa.

"A companhia está capitalizada e estamos em uma posição confortável para fazer nossa campanha exploratória", disse.

HRT Com mais tempo na bolsa, a petrolífera HRT também amarga fortes perdas para suas ações desde o IPO realizado em outubro de 2010, quando reforçou o caixa com 2,6 bilhões de reais.

A ação da HRT saiu a 1.200 reais no IPO e chegou a superar 2.100 reais em março do ano passado, antes de iniciar um movimento de forte desvalorização até a mínima de cerca de 400 reais em janeiro deste ano. Atualmente, o papel da companhia está na faixa dos 620 reais, quase metade do valor do IPO.

O gatilho para a desvalorização das ações foi o anúncio, no início de janeiro, de fraco potencial de óleo em uma de suas descobertas na Amazônia.


O presidente da HRT, Marcio Mello, disse que 2012 será muito importante para a empresa, que firmou recentemente parceria com a TNK-BP na bacia do Solimões e também espera um novo sócio para acelerar as operações na Namíbia. Segundo ele, mais de uma dezena de empresas já se interessaram na compra de fatia dos blocos que a HRT possui no país africano.

"Começamos a perfurar quatro novos poços no Solimões neste ano, com base em dados de sísmica de última geração e não em dados antigos como os primeiros quatro poços perfurados pela companhia no ano passado. E em breve teremos fôlego para perfurar na Namíbia." "Muita gente não entendeu porque as ações da HRT caíram tanto no passado, eu inclusive. É uma empresa pré-operacional e tem muita coisa por vir, mas muitos investidores realizaram lucros em cima da companhia. Felizmente, neste ano os papéis já se recuperaram um pouco." PARCERIAS EM VISTA Os analistas Nataniel Cezimbra e Carolina Flesch, do BB Investimentos, mantêm uma visão mais otimista para HRT.

"A empresa ainda tem bastante para crescer. Se conseguir uma parceria na Namíbia, a percepção de risco cai. E a companhia tem a previsão de mais oito perfurações no Solimões", afirmaram.

No início de março, a HRT informou que pretende vender até junho parte de participação em blocos na Namíbia. A HRT possui 12 blocos na região, tendo 100 por cento de dois na bacia de Walvis e com mais de 90 por cento de participação em oito blocos na bacia de Orange.

O BB Investimentos indica "outperform" (quando espera desempenho acima da média do mercado) para a ação da HRT, com preço-alvo de 900 reais. A casa não acompanha QGEP.

O Bank of America Merrill Lynch tem recomendação "neutra" para a ação da QGEP, com preço-alvo de 19,50 reais, e "compra" para a HRT, com um valor alvo de 1.200 reais.

O UBS indica "venda" para HRT, com preço-alvo de 460 reais, e "compra" para QGEP, com preço-alvo de 22 reais.

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