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Com fim de "lua de mel", gestora Schroders se prepara para volatilidade

A empresa considerou aumentar a sua posição overweight, mas decidiu esperar devido a recente turbulência política

Bolsonaro: fricção crescente entre o presidente e Rodrigo Maia, nublou o cenário para a aprovação da reforma (J. Batista - Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

Bolsonaro: fricção crescente entre o presidente e Rodrigo Maia, nublou o cenário para a aprovação da reforma (J. Batista - Câmara dos Deputados/Agência Câmara)

Karla Mamona

Karla Mamona

Publicado em 2 de abril de 2019 às 15h02.

Última atualização em 2 de abril de 2019 às 15h02.

(Bloomberg) -- A Schroders, que tem mantido uma perspectiva positiva para as ações brasileiras, está reconsiderando sua estratégia de investimento em meio à tramitação da reforma da Previdência.

A empresa considerou aumentar a sua posição overweight, mas decidiu esperar devido a recente turbulência política. Agora, a Schroders está adotando uma postura mais seletiva, buscando oportunidades em setores como consumo discricionário e setor financeiro não-bancário, disse Pablo Riveroll, chefe de ações para América Latina da Schroders.

Isso porque um possível atraso na agenda da reforma e nas negociações do governo no Congresso devem elevar a volatilidade no mercado. Por outro lado, as oportunidades devem surgir com a crescente incerteza, especialmente em empresas que estarão mais expostas a uma recuperação econômica.

"Nós passamos de uma relativamente fácil ‘lua de mel’ e agora estamos entrando na ‘fase de execução’, que é muito mais difícil", disse Riveroll, em entrevista. Mas, "ainda há uma maneira de construir uma carteira que tenha um perfil muito bom de crescimento atrativo", acrescentou.

A fricção crescente entre o presidente Jair Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, nublou o cenário para a aprovação da reforma. Enquanto os investidores disseram que era muito cedo considerar o fim do projeto, aumentaram as chances de mais atrasos e diluição da proposta original do governo.

Apesar das potenciais notícias negativas na frente doméstica, Riveroll acredita que o resultado final da reforma, com uma economia acima de R$ 600 bilhões em 10 anos, ainda será positivo, mesmo se o projeto for diluído por parlamentares.

Os investidores provavelmente ficarão desapontados se a Câmara não aprovar o projeto no início de setembro, de acordo com Riveroll.

"O relógio está avançando e o tempo está trabalhando contra as finanças públicas", disse ele. "Quanto mais você esperar, maiores serão os passivos."

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