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Com Elo7, Enjoei quer ser 'menos moda e mais plataforma de sellers'; ação sobe

Em apresentação, o CEO da Enjoei, Tiê Lima, afirmou que a aquisição adiciona escala e amplia o mercado endereçável da base de vendedores

Tiê Lima: primeira fase vai ser aplicar a expertise da Enjoei em melhoria de rentabilidade (Enjoei/Divulgação)

Tiê Lima: primeira fase vai ser aplicar a expertise da Enjoei em melhoria de rentabilidade (Enjoei/Divulgação)

Raquel Brandão
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 18 de julho de 2023 às 11h49.

Última atualização em 18 de julho de 2023 às 14h10.

A Enjoei (ENJU3) quer ser menos moda e mais plataforma de "sellers". O movimento mais consistente nesse caminho foi dado hoje, com o anúncio da compra da plataforma de marketplaceElo7. A novidade animou os investidores, fazendo a ação subir mais de 19% na primeira hora de pregão e entrar em leilão. Perto das 11h30, a ENJU3 subia 13,28%, para R$ 1,45.

Em apresentação a analistas, jornalistas e investidores, o CEO da Enjoei, Tiê Lima, afirmou que a aquisição adiciona escala e amplia o mercado endereçável da base de vendedores da empresa combinada. "Imaginem um Enjoei muito maior do que se estava vendo. Vendedor é a nossa prioridade, a rentabilidade deles é a métrica que mais tem crescido. A chegada do Elo7 ao Enjoei fortalece de forma absurda o que vínhamos fazendo", disse na manhã desta terça-feira,18.

A Elo7 foi comprada em 2021 pela americana Etsy, que também é um marketplace de produtos artesanais, uma característica bastante forte do site brasileiro. À época, os americanos investiram US$ 217 milhões na aquisição. A Enjoei não detalhou o valor a ser pago, mas disse que o pagamento será em dinheiro e não irá "alterar em nenhuma circustância o endividamento da empresa". Até o fim do primeiro trimestre, a companhia detinha R$ 301 milhões em caixa e R$ 322,5 milhões, quando consideramos a posição líquida de recebíveis.

A conclusão do negócio prevista para as próximas semanas, segundo o executivo, deve vir depois da definição de sinergias a serem capturadas, uma análise que já começou a ser feita por uma consultoria, segundo Lima.

Sem dar tantos detalhes sobre a operação da Elo7, Lima destacou que, de forma semelhante à operação da Enjoei, 90% do público da adquirida é feminino e em busca de produtos únicos. "Já falamos de vender tudo de moda e um pouco mais. Esse um pouco mais se expandiu. Nosso plano de expansão vai além dessa expansão de um pouco mais, mas também em ser uma plataforma de sellers."

Um marketplace de R$ 1 ,6 bilhão de GMV

Se já estivessem combinadas, Enjoei e Elo7 seriam uma empresa com 2,6 milhões de compradores ativos, 9,2 milhões de transações realizadas e um GMV [vendas brutas] superior a R$ 1,6 bilhão.

Numa primeira fase de integração, a empresa deve se esforçar em aplicar a estratégia de gestão recentemente apçocada no Enjoei, deixando a empresa com logística, operacional e marketing mais eficiente. "Vemos muito espaço de ganho. Expertise é uma questão que é 'soft asset' que vamos colocar na plataforma, por já termos passado por isso", diz o CEO.

Ele faz um parelelo com as plataformas de delivery para explicar os ganhos de escala. Isso porque o Elo7 traz mais vendedores profissionais, que têm nessas plataformas a base de sua renda. A chegada deles, ajuda, diz Lima, a dar tração até mesmo para a atração de mais vendedores pontuais.

"Imagina a importância de trazer mais restaurantes importantes num app de delivery, consegue fazer com que eles tenham mais rentabilidade. Ter mais vendedores com mais margem nos ajuda a fazer um investimento maior em vendedores pontuais. Por isso, nosso investimento em marketing recente. O vendedor pontual tem que ser lembrado de acessar a plataforma. O profissional não. Ele precisa de ferramentas e serviços", explica o executivo, destacando que as melhorias recentes feitas no modelo de negócio da Enjoei  ajudaram a aumentar a base e reduzir, por exemplo, o custo de frete. 

A Enjoei tem apostado na trajetória de melhoria de consumo de caixa, Ebitda e margem. "Vínhamos falando de forma contundente que queríamos ir melhorando nossa margem bruta para chegar a 50% no fim do ano, podemos dizer que isso está encaminhado. Também estamos falando em melhoria significativa de margem Ebitda ajustada", argumentou. No primeiro trimestre deste ano, a margem bruta da empresa chegou a 44,5%, contra os 31,2% do mesmo período do ano anterior. 

Em questão de sortimento, Lima diz ver vários pontos de possibilidade "cross sell" (vendas cruzadas), com os vendedores das duas plataformas ficando mais integrados. Mas esse seria um segundo momento.  "No final das contas, a mensagem mais importante é que a combinação das duas deve por definição fazer com a geração de caixa seja acelerada."

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