Com baixa, dispara número de empresas recomprando ações

São Paulo - O número de empresas recomprando ações disparou nos últimos meses, acompanhando a queda nos preços dos papéis em bolsa. No total, 69 empresas mantêm hoje programas de recompra, 30% mais que as 53 de junho do ano passado, segundo dados levantados pela área de clientes institucionais da corretora Guide Investimentos. Em abril do ano passado, havia 40 empresas recomprando seus papéis.

Somente neste ano, 10 empresas anunciaram programas de recompra, um sinal de que muitos donos de companhias consideram os papéis de suas empresas muito baratos no mercado. Em dezembro, outras nove haviam anunciado recompras e, em novembro, 11.

Preços baixos

O aumento das recompras é um sinal de que os preços em bolsa estão baixos, pois a empresa prefere gastar seu caixa em suas próprias ações do que em outros investimentos. Empresas mais capitalizadas estão aproveitando para comprar seus papéis, o que agrega valor a eles e à companhia, observa um analista do mercado que pediu para não ter seu nome citado.

Os papéis recomprados costumam ficar na tesouraria da companhia e depois são cancelados, o que reduz a quantidade de ações em circulação e valoriza os que restam no mercado.

Empurrãozinho na liquidez

Há ainda casos de empresas que não são muito negociadas, o que, em momentos de baixa, as torna mais sujeitas a perder valor, pois o vendedor tem maior dificuldade para encontrar um comprador. Por isso, algumas empresas têm por política oferecer a recompra, para aumentar a liquidez, mesmo em momentos bons de mercado.

E há as companhias que, em momentos de queda, querem demonstrar confiança em seu negócio. De qualquer maneira, os analistas lembram que quem melhor conhece o valor de uma empresa é seu dono.

Faz de conta…

Há, porém, casos de empresas que anunciam recompras, mas nunca as realizam, buscando apenas tirar proveito do anúncio para valorizar as ações. O investidor precisa ficar atento, portanto, para as empresas que somente ficam renovando seus programas de recompra.

“A crise cria oportunidades, o mercado está muito pessimista, mas alguns investidores importantes já começam a alertar para essas oportunidades”, diz o analista.

Outro sinal de que os preços das ações de algumas empresas caíram demais são os anúncios de fechamento de capital. Na sexta-feira, a Brookfield anunciou uma oferta pública de ações para sair do mercado, pagando R$ 1,60 pelas ações, que haviam fechado na sexta-feira a R$ 1,24, um prêmio de 29%. Isso não quer dizer que o motivo foi apenas o preço dos papéis.

Mas a manutenção de preços baixos por muito tempo acaba por estimular a saída da empresa do mercado, já que ela não pode usar a bolsa para captar mais recursos pois receberia pouco por suas novas ações.

Abaixo, os dados das recompras em andamento no mercado, por ordem de anúncio. O programa de recompra da Gerdau terminou ontem e a empresa não informou se vai renová-lo.

São Paulo - O número de empresas recomprando ações disparou nos últimos meses, acompanhando a queda nos preços dos papéis em bolsa. No total, 69 empresas mantêm hoje programas de recompra, 30% mais que as 53 de junho do ano passado, segundo dados levantados pela área de clientes institucionais da corretora Guide Investimentos. Em abril do ano passado, havia 40 empresas recomprando seus papéis.

Somente neste ano, 10 empresas anunciaram programas de recompra, um sinal de que muitos donos de companhias consideram os papéis de suas empresas muito baratos no mercado. Em dezembro, outras nove haviam anunciado recompras e, em novembro, 11.

Preços baixos

O aumento das recompras é um sinal de que os preços em bolsa estão baixos, pois a empresa prefere gastar seu caixa em suas próprias ações do que em outros investimentos. Empresas mais capitalizadas estão aproveitando para comprar seus papéis, o que agrega valor a eles e à companhia, observa um analista do mercado que pediu para não ter seu nome citado.

Os papéis recomprados costumam ficar na tesouraria da companhia e depois são cancelados, o que reduz a quantidade de ações em circulação e valoriza os que restam no mercado.

Empurrãozinho na liquidez

Há ainda casos de empresas que não são muito negociadas, o que, em momentos de baixa, as torna mais sujeitas a perder valor, pois o vendedor tem maior dificuldade para encontrar um comprador. Por isso, algumas empresas têm por política oferecer a recompra, para aumentar a liquidez, mesmo em momentos bons de mercado.

E há as companhias que, em momentos de queda, querem demonstrar confiança em seu negócio. De qualquer maneira, os analistas lembram que quem melhor conhece o valor de uma empresa é seu dono.

Faz de conta…

Há, porém, casos de empresas que anunciam recompras, mas nunca as realizam, buscando apenas tirar proveito do anúncio para valorizar as ações. O investidor precisa ficar atento, portanto, para as empresas que somente ficam renovando seus programas de recompra.

“A crise cria oportunidades, o mercado está muito pessimista, mas alguns investidores importantes já começam a alertar para essas oportunidades”, diz o analista.

Outro sinal de que os preços das ações de algumas empresas caíram demais são os anúncios de fechamento de capital. Na sexta-feira, a Brookfield anunciou uma oferta pública de ações para sair do mercado, pagando R$ 1,60 pelas ações, que haviam fechado na sexta-feira a R$ 1,24, um prêmio de 29%. Isso não quer dizer que o motivo foi apenas o preço dos papéis.

Mas a manutenção de preços baixos por muito tempo acaba por estimular a saída da empresa do mercado, já que ela não pode usar a bolsa para captar mais recursos pois receberia pouco por suas novas ações.

Abaixo, os dados das recompras em andamento no mercado, por ordem de anúncio. O programa de recompra da Gerdau terminou ontem e a empresa não informou se vai renová-lo.