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Clima tenso segue no radar e Ibovespa encerra pregão em queda

O volume de negócios, de R$ 11,5 bilhões, foi o mais elevado desde o dia 31 de maio

 (Germano Luders/Exame)

(Germano Luders/Exame)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de junho de 2017 às 18h47.

São Paulo - Hoje, após o feriado e com poucas notícias para dar um norte aos negócios, o humor externo predominou e, segundo analistas, impediu uma queda maior do Ibovespa, que fechou com perda de 0,48% aos 61.626,41 pontos. O volume de negócios, de R$ 11,5 bilhões, foi o mais elevado desde o dia 31 de maio - desconsiderando o giro de quarta-feira, quando houve vencimento de opções sobre o Ibovespa futuro (R$ 22,2 bilhões).

Com a continuidade das incertezas na seara política, a cautela segue como palavra de ordem para os investidores no mercado acionário brasileiro. O receio contribuiu para que a Bolsa encerrasse a semana andando de lado, estacionando no nível de 61 mil pontos e em queda acumulada nos quatro dias úteis de 0,94%. Segundo projeções feitas pelos analistas da Guide Investimentos, o Ibovespa oscilaria entre 61 mil a 65 mil pontos no que chamaram de pós-JBS.

"Difícil ver um movimento direcional da Bolsa tanto neste momento quanto nas próximas semanas, uma vez que essa incerteza vai continuar", disse um profissional de mercado. "As variações seguirão modestas."

Hersz Ferman, da Elite corretora, afirmou que o noticiário político para a Bolsa segue pesado e a impressão por parte dos investidores de que as reformas estão mais paradas ajuda a deixar o clima mais tenso. No plano econômico, disse, o IBC-BR que mostrou crescimento na margem pode não se sustentar agora no segundo trimestre, o que contribui, de certa maneira, para segurar o otimismo com relação ao processo de retomada da economia.

Além disso, o analista diz que a possibilidade de redução da meta de inflação para 2019 pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em sua reunião no final do mês, pode ser considerada positiva, pois traz os níveis de inflação do Brasil mais para a normalidade. "No entanto, pesa pouco hoje, pois isso já foi precificado", ressaltou.

No pregão pós-feriado, Petrobras e Vale se ajustaram ao movimento das ADRs, que recuaram ontem nas bolsas dos Estados Unidos. As ações PN da estatal do petróleo apresentaram queda de mais de 2,5% na contramão da alta na cotação da commodity no mercado internacional. Na avaliação de analistas, contribuiu para acelerar a queda o novo corte no preço dos combustíveis, que passou a valer ontem (15).

No caso da Vale, os ajustes foram menos intensos amparados pela força do preço do minério de ferro na China, que fecharam a semana com valorização de 2,4%. O dia encerrou com as ações PNA em queda de 0,37% e a ON com perda de 2,07%.

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