Bovespa: otimismo na Bolsa foi motivado por divulgação de indicadores na China e pelas últimas notícias do cenário político nacional (Germano Luders)
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2016 às 19h03.
São Paulo - O pregão desta terça-feira, 1, marcou o segundo dia consecutivo de alta do Ibovespa, principal índice da BM&FBovespa.
O otimismo do cenário externo contagiou os investidores para o mercado acionário brasileiro, embora a melhora da percepção de risco também tenha sido baseada nas últimas notícias da política nacional.
"Começamos o dia com expectativas positivas sobre a economia chinesa e estamos vendo também uma recuperação da bolsa brasileira após quatro dias seguidos de queda", afirmou o gerente de mesa Bovespa da H.Commcor, Ari Santos.
Hoje, o Ibovespa operou em terreno positivo desde o início do pregão, com ganhos de mais de 1%. No início da tarde alcançou o patamar dos 2% e encerrou os negócios a 3,10%, aos 44.121,79 pontos, com volume financeiro de R$ 6,795 bilhões (dados preliminares).
Na mínima marcou 42.795 pontos (estável) e na máxima, 44.181 pontos (+3,24%). No ano acumula ganhos de 1,78%.
Sobre a China, o mercado espera novos estímulos à atividade econômica, após novos indicadores fracos.
"Acredito que não será somente o banco central chinês que anunciará novos estímulos monetários, mas o japonês e até o norte-americano. Isso anima as commodities, como petróleo e minério, que mexem com as ações de Petrobras, Vale e siderúrgicas", declarou o economista-chefe e gestor de investimentos da INVX Capital Asset, Eduardo Velho.
Petrobras PN encerrou o dia em alta de 3,31% e as ON avançaram 2,99%. Vale PNA subiu 7,94% e a ON, 8,47%. Gerdau PN aumentou 1,98% e Usiminas PNA, 1,11%.
Entretanto, para o operador da mesa financeira da H.Commcor, Cleber Alessie, o mercado acionário brasileiro tem sido guiado pelas últimas notícias de cunho político.
Hoje, executivos da Andrade Gutierrez afirmaram em delação premiada que a empresa pagou despesas da campanha eleitoral de Dilma Rousseff em 2010. Os pagamentos teriam sido feitos por meio de contrato fictício de prestação de serviço com a agência de comunicação Pepper no valor de R$ 5 milhões.
Além disso, há a expectativa em torno da possibilidade de que o senador Delcídio Amaral (PT-MS) participe da delação premiada. O senador formalizou na tarde de hoje sua renúncia à presidência da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
"Grande parte dos investidores veem as notícias como positivas para uma definição e mudança no comando do País", ressaltou o especialista. "Claro que o fato se junta a um cenário externo melhor e um preço do petróleo tentando se consolidar no patamar de US$ 35 por barril", completou.
Nesta terça-feira, o contrato Brent negociado na ICE com vencimento em maio subiu 0,65%, para US$ 36,81 por barril. Já o petróleo WTI para abril subiu 1,92%, a US$ 34,40 por barril, o mais alto desde 05 de janeiro.