China diz que ser acusada de manipular câmbio pode gerar caos nos mercados
Segundo o banco central chinês, o país "não usa e não usará a taxa cambial como uma ferramenta para lidar com as disputas comerciais"
Da Redação
Publicado em 6 de agosto de 2019 às 11h10.
O banco central da China, afirmou nesta terça-feira (6) que a decisão dos Estados Unidos de classificar o país como manipulador cambial pode "prejudicar seriamente a ordem financeira internacional e provocar caos nos mercados financeiros".
A decisão dos EUA de intensificar as tensões cambiais na segunda-feira (5) também irá "impedir a recuperação econômica e dos comércios globais", disse o Banco do Povo da China na primeira resposta oficial do país às últimas ações dos EUA na guerra comercial.
A China "não usa e não usará a taxa cambial como uma ferramenta para lidar com as disputas comerciais", disse o banco central em comunicado em seu site.
A desvalorização do iuane em relação ao dólar torna os produtos chineses mais atraentes em mercados com moedas fortes. Ou seja, ficam mais baratos nos Estados Unidos, o que incentiva seu consumo em detrimento de produtos americanos.
"A China avisou os Estados Unidos para segurarem as rédeas antes do precipício, e para estarem cientes de seus erros, voltando atrás em sua trajetória errada", completou.
O Departamento do Tesouro dos EUA disse na segunda-feira que determinou pela primeira vez desde 1994 que a China está manipulando sua moeda, levando a disputa comercial para além das tarifas. Alguns especialistas já começam a dizer que a tensão comercial pode escalar para uma guerra cambial entre os dois países. Nesse caso, a taxa de câmbio é alterada artificialmente para obter vantagens comerciais.
A decisão dos EUA foi provocada puramente por motivos políticos para "descarregar sua raiva", disse o Global Times, influente tablóide chinês publicado pelo People's Daily, do Partido Comunista.
A China "não espera mais boa vontade dos Estados Unidos", escreveu no Twitter nesta terça-feira Hu Xijin, editor do jornal.