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China deve impulsionar bolsas de NY na abertura

Dados bons de expansão industrial na China e na zona do euro animam os mercados nesta manhã

Nyse: às 10h15 (pelo horário de Brasília), o Dow Jones futuro ganhava 0,35% (Jin Lee/Bloomberg)

Nyse: às 10h15 (pelo horário de Brasília), o Dow Jones futuro ganhava 0,35% (Jin Lee/Bloomberg)

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Da Redação

Publicado em 22 de agosto de 2013 às 11h03.

Nova York - As bolsas norte-americanas devem abrir o pregão desta quinta-feira, 22, em alta, sinalizam os índices futuros. Os pedidos de auxílio-desemprego voltaram a subir, mas seguem nos menores níveis desde 2007 e dados bons de expansão industrial na China e na zona do euro animam os mercados nesta manhã. Às 10h15 (pelo horário de Brasília), o Dow Jones futuro ganhava 0,35%, o Nasdaq avançava 0,73% e o S&P 500 tinha valorização de 0,47%.

O dia pós-anúncio da ata da reunião de política monetária do Federal Reserve, que disse que as compras de ativos devem ser reduzidas até o final do ano, mas sem fixar uma data, tem agenda cheia nos EUA, com discurso de dirigente do banco central e vários indicadores econômicos. Além disso, hoje é o início da conferência em Jackson Hole, que este ano perdeu um pouco o brilho após o presidente do Fed, Ben Bernanke, dizer que não vai aparecer e de outras baixas, como a do presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi.

O encontro, porém, terá a vice-presidente do Fed e cotada para comandar o banco central, Janet Yellen, além de oito dos 12 comandantes das regionais da autoridade monetária. Por isso, os investidores devem monitorar as reuniões nesta cidade do Estado de Wyoming, que vão se estender até o sábado, 24.

Richard Fisher, que comanda a distrital de Dallas do Fed, não vai aparecer em Jackson Hole, mas fará hoje uma apresentação que começa às 15h (de Brasília) durante evento em Orlando que discutirá o setor de manufatura norte-americano.

Fisher não tem direito a voto nas reuniões no Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) este ano, mas é um defensor da redução dos estímulos monetários. No último dia 16, ele declarou que se tivesse poder de voto, teria defendido mudanças na política monetária já no encontro de julho do Fomc. Para Fisher, o foco do Fed precisa ser a economia real, e não Wall Street.

Entre os indicadores de hoje, o número mais esperado do dia saiu nesta manhã. Os dados do Departamento do Trabalho mostraram que os pedidos de auxílio-desemprego tiveram alta na semana encerrada em 17 de agosto, para 336 mil. A previsão dos analistas era de que ficassem em 330 mil.


Para o economista da Natiowide Financial Bryan Jordan, apesar da alta de hoje, os pedidos de auxílio-desemprego ainda estão em um nível historicamente baixo e sinalizam as boas condições do mercado de trabalho em agosto. A média das últimos quatro semanas segue no menor nível desde novembro de 2007.

A aposta de Jordan é que o número de criação de novos postos de trabalho este mês deve superar os 162 mil de julho, sugerindo que mudanças na política monetária devem ser anunciadas na reunião de setembro do Fed. Também foi divulgado hoje o índice de atividade dos gerentes de compras (PMI) industrial dos EUA com uma primeira visão do mês de agosto. O indicador subiu para 53,9, o maior nível em cinco meses. Em julho, estava em 53,7.

Na zona do euro, o PMI industrial ficou no maior nível em 26 meses, chegando a 51,3. Na China, o mesmo indicador subiu para 50,1. Além de ser o nível mais alto em quatro meses, o PMI chinês voltou a superar o nível de 50 pontos, indicando agora que a indústria está em expansão. Pela metodologia do indicador, abaixo deste nível, a atividade industrial está em contração.

Nos EUA, o setor imobiliário, que na quarta-feira, 21, surpreendeu com crescimento bem acima do esperado nas vendas de residências usadas em julho, segue registrando alta nos preços dos imóveis. A Agência Federal de Financiamento de Imóveis (FHFA, na sigla em inglês) divulgou hoje o índice de preços de moradias de junho, que subiu 0,7% ante maio e 7,7% em 12 meses.

Após a abertura do mercado, às 11h (pelo horário de Brasília), o instituto Conference Board divulga o índice de indicadores antecedentes de julho. Depois de ficar estável em junho, os economistas do banco Wells Fargo projetam aumento de 0,6%, influenciado pela melhora, por exemplo, do setor de construção e da queda dos pedidos de auxílio-desemprego no período.

Ainda em relação aos indicadores, o Fed de Kansas City, o mesmo que promove anualmente o encontro de Jackson Hole, anuncia o índice de atividade industrial regional de agosto. Estes indicadores regionais do setor industrial têm sido monitorados de perto pelos economistas para se ter uma melhor visão da recuperação do setor manufatureiro, que a partir de junho parece ter engatado uma recuperação com mais vigor.

No noticiário corporativo, o dia tem 12 balanços, mas de empresas de menor porte. Um dos destaques é a rede de vestuário Gap e a grife Abercrombie & Fitch. No pré-mercado, as ações da Hewlett-Packard (HP), que divulgou resultado ontem à noite, eram destaque de queda esta amanhã, recuando 8%. A empresa conseguiu reverter prejuízo e lucrar US$ 1,39 bilhão em seu terceiro trimestre fiscal.

Mas as receitas caíram 8,2%, para US$ 27,23 bilhões, em meio às vendas mais fracas de computadores pessoais. Outro dado negativo foi que a HP rebaixou suas previsões de lucro para todo o ano fiscal.

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