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Cetip lança “homebroker” das debêntures

Ferramenta irá auxiliar a desenvolver o mercado de títulos de dívida no país


	A estreia ainda depende da aprovação da CVM e do Banco Central
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A estreia ainda depende da aprovação da CVM e do Banco Central (Reprodução)

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Da Redação

Publicado em 21 de agosto de 2012 às 06h12.

São Paulo – A Cetip (CTIP3) deu um importante passo para o desenvolvimento do ainda incipiente mercado secundário de títulos de dívida corporativa no Brasil com o lançamento de uma ferramenta que se assemelha ao tradicional “homebroker” para ações. Batizada de Cetip Trader, a plataforma foi desenvolvida em parceria com a ICE (IntercontinentalExchange), uma das maiores bolsas de futuros e de derivativos de balcão do mundo. O anúncio foi realizado na última quinta-feira em um evento em São Paulo.

Segundo Ricardo Vit, gerente de Novos Negócios da empresa, o produto é uma evolução do mercado de renda fixa, que hoje ainda esbarra na falta de liquidez. “Existem alguns critérios de liquidez e isso facilita a precificação e o acesso”, disse em entrevista para EXAME.com. Vit explica que o Cetip Trader visa a integração dos fluxos operacionais em uma mesma plataforma, além dos novos módulos de negociação, como os leilões em formato anônimo para formação de preço e de volume.

A estreia ainda depende da aprovação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e do Banco Central, o que deverá ocorrer em breve e a tempo do lançamento oficial programado para o dia 17 de setembro. Até lá, a Cetip irá treinar os usuários que utilizam a ferramenta atual (Cetipnet). Além disso, a empresa também deve apresentar ao mercado a solução “pós-trade” chamada Ice Link, que pretende ajudar na integração dos sistemas dos participantes do Cetip Trader, como bancos e fundos de investimento. Vit explica que as tarifas e cobrança pelas novas ferramentas ainda não foram definidas.

Liquidez

“A interface da Cetip Trader é muito parecida com a de um homebroker, isto é, uma plataforma de negociação de varejo: ela oferece aos investidores o acesso a informações de mercado, como preços históricos, auxiliando na definição de preços”, explicam os analistas do Santander, Henrique Navarro e Renato Schuetz, em relatório. Segundo eles, a falta de liquidez das debêntures fez com que muitos investidores optassem por negociar apenas títulos do governo.

“Com o corte das taxas de juros de referência, o rendimento desses títulos está se tornando menos atrativo, abrindo espaço para o crescimento das debêntures. Atualmente, apenas 125 empresas no Brasil têm debêntures emitidas, embora, em teoria, qualquer uma das 369 empresas listadas possa fazê-lo”, ressaltam.

Eles ainda não atribuíram nenhuma receita adicional ao modelo de avaliação da empresa por conta da Cetip Trader, mas reiteram que a plataforma será importante para o posicionamento estratégico, pois reforça a imagem de prestadora de serviços de infraestrutura para o mercado. A recomendação do Santander é de compra das ações, com um preço-alvo de 36,50 reais.

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