CEO global da TIM (TIMS3) compra cerca de R$ 2 milhões de ações na física
Pietro Labriola realizou a operação em menos de um mês pois "as ações estão subavaliadas"
Carlo Cauti
Publicado em 20 de setembro de 2022 às 15h09.
Última atualização em 20 de setembro de 2022 às 15h19.
O CEO global da TIM (TIMS3),Pietro Labriola, comprou 1,77 milhão de ações da empresa em menos de um mês.
A informação foi divulgada pelo site da Bolsa de Valores de Milão, onde a TIM é listada.
Há meses Labriola vem repetindo que "TIM está subvalorizada" e que o mercado não dá o devido valor às suas atividades. Entretanto, já que a ação continua registrando novas mínimas históricas, o executivo passou das palavras aos atos, colocando a mão na carteira.
No dia 22 de agosto, o Labriola comprou 1 milhão de ações, ao preço de € 0,2084 cada uma, gastando € 208.400 totais. Três dias depois, Labriola comprou outras 500 mil ações ao preço de € 0,2082 cada uma, por um desembolso de € 104.100 no total. E na última segunda-feira, 19, Labriola comprou outras 270 mil ações, pagando € 0,182 cada uma, por um desembolso total de € 48.789.
Com essas operações, em menos de um mês o CEO da TIM investiu € 361.289 (cerca de R$ 1,9 milhão) do seu próprio patrimônio pessoal adquirindo mais de 1,77 milhão de ações da empresa que lidera, pagando um preço médio de € 0,204 cada uma. Um preço superior ao fechamento desta terça-feira, que foi de € 0,18.
O consenso médio dos analistas avalia a ação em € 0,40, mas alguns bancos de investimento, como o Baclays, chegam a um preço-alvo de € 0,15, apesar do papel já ter perdido 59% de seu valor na bolsa de valores desde o começo do ano.
Labriola adquiriu ações a um preço médio muito superior, mas o objetivo do executivo não é realizar um trade de sucesso, e sim dar um sinal ao mercado e aos seus funcionários que o projeto de "turnaround" da TIM está prosseguindo. E ele é o primeiro a acreditar nisso, colocando uma parcela considerável de seu patrimônio na própria empresa.
HBSC e Barclays publicam relatórios negativos sobre TIM (TIMS3)
As ações da TIM estão desvalorizando na Bolsa de Valores de Milão. Desde o começo do ano os papéis perderam 60% de se valor.
Alguns bancos, como HSBC e Barclays, publicaram relatórios negativos sobre a TIM, indicando como o elevado endividamento, de cerca de € 22,5 bilhões, e o custo de energia mais elevado para manter suas operações (que em 2022 passou de € 60 milhões para € 260 milhões por ano), vão levar a empresa a fechar as contas no vermelho em 2022 e 2023. Segundo o Barclays, a TIM "vale zero", exceto por transações extraordinárias.
Isso sem contar as brigas internas aos acionistas de referência, com os franceses de Vivendi e o governo italiano, representado pelo banco público Cassa Depositi e Prestiti (CDP), que não se entendem sobre o futuro da TIM.