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CEO da CVC renuncia; empresa já estava sem CFO

Conselho formou comitê de transição para encontrar novo CEO; Leonel Andrade estava na companhia em abril de 2020

Leonel Andrade, CEO da CVC: "Consideramos que o ano que vem será de forte recuperação" (CVC/Divulgação)
Raquel Brandão

Repórter Exame IN

Publicado em 24 de maio de 2023 às 19h07.

Última atualização em 24 de maio de 2023 às 20h40.

Depois de um mês após a saída do CFO, Marcelo Kopel, a CVC (CVB3) acaba de anunciar a renúncia de Leonel Andrade, CEO da empresa. A notícia foi inicialmente publicada pelo site Brazil Journal e confirmada pela reportagem da EXAME Invest. A saída, diz comunicado da empresa, foi por decisão do executivo, "motivada por questões de ordem pessoal".

O conselho de administração da CVC constituiu um comitê de transição, liderado pelo conselheiro Sandoval Martins, responsável pela direção do grupo até a chegada de um novo CEO, com o apoio dos membros da diretoria executiva.

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“Leonel Andrade concluiu importante etapa que lhe foi designada, tendo assumido a companhia no auge da pandemia e realizado, ao longo do período, intensa transformação organizacional, que culminou na digitalização dos negócios, com maior investimento da história em tecnologia, inovação, governança, pessoas e sustentabilidade, e redução do endividamento", diz o presidente do conselho, Valdecyr Gomes, em nota.

O conselho enviou uma carta aos funcionários da companhia, que deve ser encaminhada também a acionistas e clientes, segundo fontes ouvidas pela EXAME Invest. Na carta, o conselho agradece Leonel. "Durante seu tempo conosco, Leonel Andrade demonstrou forte liderança, visão estratégica e um compromisso enorme com o sucesso da nossa empresa. Sob sua gestão, enfrentamos obstáculos como a pandemia, alcançamos metas ambiciosas e nos tornamos uma organização mais sustentável. Tudo isso criou um ambiente de trabalho verdadeiramente inspirador, tanto para a nossa companhia como para o setor de turismo."

O contexto da CVC

Ex-Smiles, Leonel assumiu a companhia em abril de 2020, logo no começo da crise da pandemia que tanto afetou o setor de turismo. Mas a CVC vinha de momento ainda mais complexo, com problemas contábeis e precisando de uma reestruturação.Em 2019, a empresa vivia um de seus piores momentos, com erros contábeis milionários e saída de gestores e acionistas. A companhia buscou arrumar a casa, renegociou dívidas e fez forte investimento em tecnologia para digitalizar a operação.

Depois de uma primeira negociação de dívida, a companhia anunciou no primeiro trimestre deste ano a aprovação para oreperfilamento das debêntures, com uma oferta de ações que deve ser realizada até novembro no montante mínimo de R$ 125 milhões.

No primeiro trimestre de 2023, a empresa registrou prejuízo líquido de R$ 128 milhões. O take rate (percentual da receita líquida sobre as reservas e que funciona como uma espécie de margem do negócio) caiu de 9,7% para 7,4%."Alto impacto no take rate não é bom, mas a performance do trimestre foi positiva. O take rate [ do trimestre ] é fruto do passado, de viagens já consumidas", explicou Andrade em teleconferência sobre o balanço. O executivo admitiu a fraqueza do índice e assumiu para si a responsabilidade do que podem ter sido escolhas de impacto negativo.

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