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Caso OGX vai dificultar chegada de outras pré-operacionais

Segundo Edemir Pinto, episódio vai tornar mais árduo o caminho de empresas pré-operacionais até a abertura de capital


	Eike Batista na abertura de capital da OGX: empresa do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, chegou à bolsa em julho de 2008, ainda pré-operacional
 (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

Eike Batista na abertura de capital da OGX: empresa do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, chegou à bolsa em julho de 2008, ainda pré-operacional (Fernando Cavalcanti/EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de novembro de 2013 às 17h08.

São Paulo - O “episódio OGX” vai tornar mais árduo o caminho de empresas pré-operacionais até a abertura de capital, segundo o presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto. “Com esse caso, acho que a dificuldade para empresas nesse estágio vai aumentar bastante, pelo menos por um momento”, afirmou.

A empresa do setor de petróleo do Grupo EBX, do empresário Eike Batista, chegou à bolsa em julho de 2008, ainda pré-operacional. Na operação de abertura de capital, a companhia de Eike levantou R$ 6,7 bilhões. A história que, àquela época, não poderia parecer mais promissora, com a empresa chegando a valer R$ 75 bilhões no mercado em 2010, teve seu desfecho na semana passada, quando a OGX entrou com pedido de recuperação judicial, com um endividamento de US$ 3,6 bilhões.

Para Edemir, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e a autorregulação do mercado terão um rigor maior ao avaliar pedidos de abertura de capital de empresas pré-operacionais. “A régua do regulador e autorregulador deve subir, aumentando as dificuldades e o grau de transparência, para garantir que o pequeno investidor tome sua decisão o mais consciente possível”, afirmou.

Segundo ele, contudo, não vai deixar de haver espaço para essas empresas no mercado de capitais. “Até porque, elas precisam do mercado para captar recursos e levar adiante seus projetos.”

Frustração

Para o presidente da Bovespa, o sentimento que predominou com o desfecho do caso da OGX foi o de frustração. “Nós, da bolsa, e o mercado, todos ficamos frustrados com o que aconteceu, porque o Eike era conhecido aqui e lá fora como um ícone do empreendedorismo global”, disse.

Apesar do choque, contudo, na opinião do executivo, o caso não deteriora a percepção dos investidores internacionais sobre o mercado brasileiro. Ele afirma que, tanto na ascensão quanto na queda da OGX houve exagero por parte do mercado. “No começo, Eike era visto como um poço de virtudes, não apenas aqui no Brasil, mas para o estrangeiro também”, observou. “Agora só veem os defeitos, o que mostra exagero para os dois lados.”

O executivo lembrou que, na imprensa internacional, houve quem comparasse o caso de Eike ao do investidor americano Bernard Madoff, responsável por um esquema de pirâmide que causou um prejuízo de mais de US$ 65 bilhões. “Não tem absolutamente nada a ver uma coisa com outra, é uma comparação absurda”, afirmou.

Sem arranhões

Para o presidente da Bovespa, o caso OGX não deixará arranhões na imagem da bolsa. “Acho pouco provável, a menos que o regulador identifique algo que deveríamos ter feito e não fizemos no processo todo.” De acordo com ele, contudo, a bolsa já revisou todos os seus processos em relação ao caso. “Fizemos o que era preciso e estamos tranquilos em relação a isso”, disse.

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