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'Cash is king' para investidores de mercados emergentes voláteis

Medo de reações exageradas a qualquer sinal de aperto monetário nos Estados Unidos mantém cautela

Dinheiro: dólar x real | Foto: Nelson A Ishikawa/Getty Images (Nelson A Ishikawa/Getty Images)

Dinheiro: dólar x real | Foto: Nelson A Ishikawa/Getty Images (Nelson A Ishikawa/Getty Images)

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Bloomberg

Publicado em 29 de julho de 2021 às 09h48.

Como proteção contra a volatilidade, investidores de mercados emergentes acumulam posições em dinheiro e esperam um período mais estável antes de apostar novamente em ativos de maior rendimento, segundo pesquisa do HSBC.

Cerca de 45% dos investidores entrevistados pelo banco de Londres estão com mais de 5% dos portfólios alocados em dinheiro, e quase 65% deles não esperam investir os recursos nos próximos três meses.

A maior preocupação: a perspectiva de que os mercados reagirão de forma exagerada a qualquer sinal de que o Federal Reserve está reduzindo o apoio à economia dos Estados Unidos com o aperto da política monetária. Os investidores também estão menos otimistas quanto às projeções de crescimento para economias em desenvolvimento nos próximos 12 meses e reduziram as expectativas de inflação, de acordo com a pesquisa.

“Os investidores de mercados emergentes estão esperando o momento certo para investir, porque os mercados têm oscilado descontroladamente nos últimos dois meses”, disse em comunicado Murat Ulgen, chefe global de pesquisa de mercados emergentes do HSBC em Londres.

Apetite por risco

O HSBC entrevistou investidores entre 8 de junho e 23 de julho, pouco antes da mais recente ação regulatória do governo da China novamente abalar o apetite por ativos de risco. Índices acionários de países em desenvolvimento devem fechar julho com o pior desempenho mensal desde a turbulência em março de 2020, enquanto moedas e títulos locais podem registrar o segundo mês de perdas em julho.

Investidores mantêm posições em dinheiro enquanto buscam evitar a potencial volatilidade de agosto, quando a típica queda da liquidez tende a exagerar os movimentos do mercado.

“Desde o início do ano, temos diminuído o risco e reduzido nossa exposição à dívida de mercados emergentes, portanto, não estamos ajustando nossas carteiras ou mudando nosso comportamento drasticamente por causa da fraqueza da China”, disse Paul Greer, gestor da Fidelity International em Londres, que administra cerca de US$ 700 bilhões.

Cerca da metade dos entrevistados se mostraram neutros quanto às perspectivas para as economias em desenvolvimento nos próximos três meses, de acordo com a pesquisa do HSBC com 124 investidores de 119 instituições que administram US$ 506 bilhões. Ainda assim, 40% estão otimistas frente a 34% no primeiro trimestre de 2021. O apetite por risco - medido em uma escala de 0 a 10 - aumentou ligeiramente, de 6,04 para 6,17.

Política do Fed

A perspectiva de aperto da política monetária pelo Fed é vista com maior preocupação do que a inflação e a pandemia. Isso leva investidores a preferirem países que têm liderado os aumentos dos juros, como Rússia e Brasil, cujas moedas superam pares este ano.

Como os investidores apostam em juros mais altos nas economias em desenvolvimento, cerca de 40% dos entrevistados esperam que as moedas de mercados emergentes se valorizem em relação ao dólar frente a 22% na pesquisa de abril. Também têm apetite por rendimentos e consideram Rússia, Nigéria e África do Sul os três principais mercados com perspectiva mais favorável para dívida em moeda local.

“O sentimento entre investidores é que, embora as perspectivas de crescimento sejam mais sombrias e a inflação menos preocupante do que no início do ano, países emergentes continuarão a elevar os juros”, porque tentam se antecipar ao aperto do Fed e evitar uma repetição da turbulência de 2013-2014 disse Ulgen, do HSBC.

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