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Carteira recomendada da Exame Research acumula mais de 50% de alta

Na busca pelas melhores ações, analistas procuram o equilíbrio entre preço e momento; desempenho supera o Ibovespa em quase 20 pontos percentuais

Bruno Lima: analista de renda variável da Exame Research (Leandro Fonseca/Exame)

Bruno Lima: analista de renda variável da Exame Research (Leandro Fonseca/Exame)

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Guilherme Guilherme

Publicado em 16 de setembro de 2020 às 06h00.

Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 19h08.

Quem seguiu as carteiras recomendadas da Exame Research desde sua primeira edição, de 6 abril deste ano, conseguiu lucrar 54% até o fim da última semana. O desempenho deixa para trás o Ibovespa, principal índice de ações do país, que subiu 32,8% no período.

Bruno Lima, analista de renda variável da Exame Research, explica que a construção da carteira tem dois pilares principais: preço e momento. “A gente avalia as janelas de curto e longo prazo para ver se faz sentido a inclusão de determinada ação na carteira.”

Apesar de as carteiras serem atualizadas de forma mensal, a casa de análise busca manter a maior parte das companhias, sem mudanças bruscas de um mês para o outro. Formadas por dez ações, a primeira carteira e a mais recente têm em comum quatro papéis. Algumas delas, como as do Magazine Luiza e da Vale, nunca saíram das recomendações.

A tese sobre a inclusão da Vale leva em consideração a retomada econômica da China. Com estímulos baseados em projetos de infraestrutura, a produção industrial do gigante asiático tem crescido de maneira surpreendente, o que tem impulsionado o preço do minério de ferro e favorecido as ações da companhia, que já subiram mais de 50% desde abril.

Atualmente, 30% da carteira recomendada está dividida em três ações ligadas a commodities e outros 10% à exportação de proteína animal. Segundo Lima, a relevante participação desses setores se deve à busca por diversificação dos riscos geográficos, o que reduz a exposição ao cenário local. “O que está segurando o Ibovespa são as empresas de commodities”, comenta.

A segunda maior alocação da carteira está em varejo, que corresponde a 25% do total. No entanto, essa pode ser uma oportunidade com vencimento. “Muita gente usou o dinheiro do auxílio emergencial para pagar dívida e consumir. Na virada do ano, quando isso acabar, é que teremos a real foto da economia e ver onde o desemprego está batendo”, afirma Bruno.

Quando essa oportunidade saturar, outra pode voltar à tona: a dos grandes bancos. Mas ainda não chegou a hora, segundo Lima. Presente com duas ações na carteira recomendada de abril, que marcou a estreia do produto, o setor passou a ter apenas um nome na lista de maio e desde junho está de fora da seleção da Exame Research. “O momento continua ruim, mas está chegando a um nível de preço que fica difícil fechar os olhos.”

Para o Ibovespa deixar de vez os 100.000 pontos para trás, diz Lima, é necessário que as ações dos grandes bancos mostrem alguma reação positiva. “Mas, para isso acontecer, o risco fiscal vai ter que ser controlado melhor. Se essa caminhada das reformas ficar mais evidente, o mercado vai ficar mais confortável e o Ibovespa vai poder performar bem; senão só uma vacina muito, muito eficaz”, avalia Lima.

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