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Campeãs da bolsa em agosto desabam por falas mais duras de Campos Neto

Varejistas e construtoras, mais dependentes de juros baixos, lideram as perdas do Ibovespa, após sinalização de nova alta da Selic

Magalu e Via chegam a cair mais de 10% na mínima do dia (MicroStockHub/Getty Images)
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Guilherme Guilherme

Publicado em 6 de setembro de 2022 às 11h56.

Última atualização em 6 de setembro de 2022 às 13h44.

Ações de setores mais ligados à economia local, como varejistas e construtoras, lideram as perdas do Ibovespa nesta terça-feira, 6, com investidores reagindo às falas do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em evento na última noite. O Ibovespa cai cerca de 2% nesta terça.

Campos Neto afirmou em premiação do Valor que vê um "grande risco de ter um cenário de inflação mais persistente e com o crescimento surpreendendo para baixo por mais tempo". O presidente do BC ainda ressaltou que a mensagem que persiste é a do último comunicado do Copom, de que "analisaria um possível ajuste final." As falas

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"O Campos Neto surpreendeu com o discurso mais contracionista. O mercado estava precificando majoritariamente a Selic parando em 13,75%. Mas agora de manhã as apostas estão sendo alteradas. Muito provavelmente, eles [Banco Central] vão elevar a Selic para 14% e encerrar o ciclo de alta", disse Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, em morning call desta terça.

Para Gustavo cruz, estrategista-chefe da RB investimentos, as falas de Campos Neto reacenderam a discussão que estava "adormecida" para mais uma alta de juros neste mês. A próxima decisão de juros está prevista para o dia 21 de setembro. "O alerta de que talvez a precificação dos juros esteja errada impacta ações de varejo e construção, que se beneficiaram muito em agosto com a percepção de que a Selic iria parar de subir", afirmou.

As ações da Magazine Luiza (MGLU3), que encerraram o último mês com 57% de alta, hoje, figuram entre as maiores quedas do dia, chegando a registrar mais de 10% de queda na mínima do dia. As ações da Via (VIIA3), que subiram 32% em agosto, caem na mesma magnitude. Entre as grandes construtoras, as quedas são lideradas pela MRV (MRVE3), que cai mais de 7%.

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