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Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2010 às 15h58.
Por José de Castro
SÃO PAULO, 8 de dezembro (Reuters) - O receio de uma
atuação mais incisiva do governo no mercado de câmbio levou o
dólar à primeira alta em quase duas semanas ante o real nesta
quarta-feira.
A divisa norte-americana avançou 0,65 por cento, a
1,693 real na venda, na primeira valorização em oito sessões.
"O nível de 1,70 (real) já foi defendido pelo Banco Central
em outros momentos, e o dólar abaixo desse patamar atrai
comprador, sim", disse Jorge Knauer, diretor de tesouraria do
banco Prosper.
Na véspera, o BC voltou a fazer dois leilões diários de
compra de dólares no mercado à vista, após quase um mês com
apenas uma atuação diária no segmento.
Nesta sessão, a autoridade monetária voltou a fazer duas
operações de compra, definindo como corte as taxas de 1,6835
real e 1,6950 real, respectivamente.
Para os analistas Siobhan Morden e Flavia Cattan-Naslausky,
da RBS Securities, o mercado de câmbio doméstico deve ficar
atento a eventuais novas medidas do governo para conter uma
nova rodada de valorização do real.
Os profissionais acreditam que a cotação deve oscilar numa
faixa limitada mais à frente. "O dólar deve variar no curto
prazo entre 1,653 e 1,7357 real, com a possibilidade de baixa
contida por ameaças de intervenção e de alta pela atratividade
do real como uma das moedas mais fortes da América Latina",
escreveram em relatório.
Knauer, do banco Prosper, citou ainda que a alta na cotação
pode ter sido influenciada por alguma zeragem de posição na
Bovespa, que por sua vez exigiu uma maior demanda por dólares.
Enquanto o mercado de câmbio encerrava as operações, o
Ibovespa recuava 1,3 por cento.
A sessão contou com dados de fluxo cambial relativos a
novembro e início de dezembro.
De acordo com o BC, o país recebeu em ingressos líquidos
2,225 bilhões de dólares no mês passado, com saldo positivo de
502 milhões no setor comercial e de 1,722 bilhão de dólares no
segmento financeiro.
O BC informou ainda que a saída de dólares superou a
entrada em 1,241 bilhão de dólares nos três primeiros dias
deste mês, sob o peso quase total das operações comerciais, que
ficaram 1,242 bilhão de dólares no vermelho [ID:nN08197983].
(Edição de Aluísio Alves)