SÃO PAULO, 17 de setembro (Reuters) - O dólar mantinha-se
perto da estabilidade nesta sexta-feira, espelhando o movimento
do mercado internacional em meio à possibilidade de uma atuação
ainda mais agressiva do governo no câmbio.

Às 11h04, a moeda norte-americana tinha variação
negativa de 0,17 por cento, a 1,713 real. No mesmo horário, o
dólar tinha oscilação positiva de 0,11 por cento ante
uma cesta com as principais divisas.

A entrada de dólares no país e a expectativa de que o fluxo
continue nos próximos dias continuam a pressionar pela
valorização do real, com aumento da posição vendida de
estrangeiros na BM&FBovespa a 13,3 bilhões de dólares, ou 266,4
mil contratos de dólar futuro e cupom cambial (DDI).

O mercado, no entanto, tem recebido sinais de que o governo
pode intensificar ainda mais sua intervenção para frear a queda
do dólar. Na véspera, uma fonte afirmou à Reuters que o Fundo
Soberano poderia ser usado para comprar dólares "sem o mercado
saber" e que talvez o Banco Central pudesse "entrar nas duas
pontas", ou seja, complementar os leilões diários de compra com
o oferecimento de contratos de swap cambial reverso.

Nesta sexta, reportagem do jornal Estado de S. Paulo com
uma fonte do governo afirma que o BC pode ainda aumentar o
número de atuações por dia no mercado de câmbio, com uma
sequência de vários "leilões-surpresa".

O BC já tem feito dois leilões por dia no mercado à vista
desde o dia 8, o que ajudou as reservas internacionais a
saltarem 3,7 bilhões de dólares até o dado mais recente,
referente à última quarta-feira [ID:nN16129698].

De acordo com estimativas de mercado, o BC comprou entre
1,1 e 1,35 bilhão de dólares na quinta-feira. O dado oficial
será conhecido somente no dia 29.

(Reportagem de Silvio Cascione; Edição de Vanessa Stelzer)