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Bovespa tenta manter recuperação e abre em alta

Um dia de agenda fraca e de ausência de notícias pelo mundo, bem como a proximidade do patamar dos 60 mil pontos, devem intensificar o vaivém dos negócios locais

Uma mulher bebe café em frente à bolsa de valores BM&F&Bovespa em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

Uma mulher bebe café em frente à bolsa de valores BM&F&Bovespa em São Paulo (Nacho Doce/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2012 às 10h51.

São Paulo - A Bovespa tenta seguir em recuperação nesta terça-feira, após o desempenho robusto de segunda-feira (8), descolado do exterior. Porém, este mais um dia de agenda econômica fraca e de ausência de notícias relevantes pelo mundo, bem como a proximidade do patamar dos 60 mil pontos, devem intensificar o vaivém dos negócios locais. Ainda assim, os ganhos das commodities no exterior e uma nova rodada de noticiário corporativo tendem a sustentar as ações brasileiras. Por volta das 10h, o Ibovespa subia 0,37%, aos 59.538 pontos, na pontuação máxima.

"A expectativa é de que a Bolsa siga em recuperação", avalia o estrategista-chefe da SLW Corretora, Pedro Galdi, referindo-se aos ganhos de 1,27% segunda-feira, relegando o movimento apático e negativo dos mercados internacionais. Porém, ele destaca que a alta verificada na segunda-feira do Ibovespa foi acompanhada de um volume financeiro fraco - inferior a R$ 6 bilhões. Portanto, "não convence". "Ainda se espera volatilidade, com um olho no exterior", completa.

Por lá, os investidores seguem monitorando o encontro de ministros de Finanças europeus, neste dia esvaziado de indicadores econômicos nos Estados Unidos. Também recebe atenção a visita da chanceler alemã, Angela Merkel, a Atenas, para encontrar-se com o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras. Já em Nova York, a expectativa recai para o início da safra de balanços do terceiro trimestre, que será feito pela Alcoa, após o fechamento do pregão em Nova York.

No horário acima, o futuro do S&P 500 exibia avanço de 0,12%, enquanto as principais bolsas europeias não firmavam uma direção única: Londres -0,16%, Frankfurt -0,02%, mas Paris tinha alta de 0,39%. Entre as commodities, o contrato para novembro do petróleo WTI avançava 1,29%, a US$ 90,49 por barril, em meio às elevadas tensões no Oriente Médio. Já o contrato do cobre para dezembro crescia 0,56%, a US$ 3,7390 por libra-peso.

As matérias-primas são embaladas pela injeção de liquidez diária promovida pela China no mercado nesta terça-feira, a segunda maior já realizada pelo país em duas semanas, totalizando US$ 42,14 bilhões. A medida visa reduzir os custos dos empréstimos para as empresas nacionais em meio ao crescimento lento da economia chinesa por causa da crise europeia. Em reação, o índice Xangai Composto saltou 2% e o Shenzhen Composto, 2,7%.

Essa notícia deve manter o embalo das mineradoras e siderúrgicas, que ontem foram beneficiadas pela recuperação de preços do minério de ferro, que segue a referência da commodity com teor de 62% importada do porto de Tianjin, na China.


Ainda em relação às empresas brasileiras produtoras e exportadoras de matérias-primas, os investidores devem repercutir a informação de que deve ser divulgado, nos próximos dias, o aumento da mistura de álcool anidro na gasolina, de 20% para 25%. A decisão pela elevação foi tomada há cerca de duas semanas, mas o documento está em processo de finalização. Também sobre os combustíveis, o governo quer que os postos de abastecimento informem "em letras garrafais" toda vez que o preço do litro do etanol for mais vantajoso do que o da gasolina ao consumidor.

O noticiário corporativo doméstico destaca também as construtoras. Ontem à noite, a Gafisa divulgou dados operacionais referentes ao terceiro trimestre, que mostram que as vendas contratadas atingiram R$ 689,361 milhões no período, equivalente a uma queda de 34% em relação a um ano antes. Os lançamentos entre julho e setembro totalizaram R$ 451,943 milhões, queda de 57%, na mesma base de comparação.

Já os acionistas da Rossi Residencial aprovaram em assembleia-geral extraordinária (AGE), realizada em segunda convocação, a proposta da administração de aumentar o limite do capital autorizado para até 500 milhões de ações ordinárias. Atualmente, a companhia possuiu 276,7 milhões de ações.

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