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Bovespa tem volatilidade após forte perda de ontem

Os mercados seguem como reféns das incertezas políticas na Europa, especialmente na Grécia

Pregão na Bovespa (Germano Lüders/EXAME)

Pregão na Bovespa (Germano Lüders/EXAME)

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Da Redação

Publicado em 15 de maio de 2012 às 10h55.

São Paulo - Depois de encerrar a segunda-feira no menor nível do ano, no patamar de 57 mil pontos, acumulando cinco quedas consecutivas, a Bovespa não tem forças para uma recuperação consistente e adota a volatilidade, em linha com o movimento nos mercados internacionais. Números acima das estimativas sobre o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro deram certo alívio aos negócios. Os mercados, porém, ainda seguem reféns das incertezas políticas na região, especialmente na Grécia.

Além disso, os investidores ponderam indicadores divulgados nesta terça-feira nos Estados Unidos e monitoram o dólar, que na segunda-feira se aproximou dos R$ 2,00. Às 10h27, o Ibovespa subia 0,26%, aos 57.686,68 pontos, depois de ceder à mínima de 57.148 pontos, em queda de 0,68%. No mesmo horário, o índice futuro do S&P 500, em Nova York, cedia 0,24%, depois de exibir ganho mais cedo.

Na avaliação de um operador da mesa de renda variável de uma corretora paulista, os indicadores sobre o crescimento da zona do euro abrem espaço para uma recuperação moderada. "O mercado está muito deprimido, sensível, então os dados permitem uma 'respirada', mas o impasse grego persiste e o desempenho da Bolsa dependerá também dos mercados norte-americanos."

Ele acrescenta que os investidores também estão de olho no dólar. Embora o dólar faça com que a Bolsa fique "barata" para o investidor estrangeiro, a cotação da taxa de câmbio não está estável. "Ficam dúvidas sobre atuação do governo no câmbio e onde a cotação vai parar. Quando estabilizar, o estrangeiro volta com certeza", avalia.

Na Europa, os mercados iniciaram o dia com ganhos depois da divulgação de números preliminares sobre o PIB da zona do euro, acima das estimativas. O PIB do bloco ficou estável em comparação com o quarto trimestre do ano passado, contrariando as expectativas de contração de 0,2% e evitando uma recessão.

Mas notícias negativas sobre a Grécia desanimaram: os mercados internacionais reagiram com fortes quedas à informação de que os partidos políticos da Grécia não chegaram a um acordo para formação de um governo de união nacional. As bolsas europeias atingiram as mínimas intradia. Às 10h30 (horário de Brasília), Londres caía 0,48%, Frankfurt recuava 1,06%, Paris perdia 0,52% e Madri declinava 1,38%

Em relação a indicadores dos EUA, o índice de atividade industrial Empire State de maio veio bem acima do esperado por economistas, com alta para 17,09 ante previsão de alta para 9,3. Já as vendas no varejo do país subiram 0,1% em abril, resultado igual ao previsto por economistas. O índice de preços ao consumidor (CPI), por sua vez, também ficou em linha com as previsões, ao mostrar estabilidade em abril.

Ainda na agenda dos EUA, 11 horas (horário de Brasília) serão divulgados os estoques das empresas referentes a março; às 14 horas, será conhecido o índice de confiança das construtoras de casas da Associação Nacional das Construtoras (NAHB, na sigla em inglês) referente ao mês de maio; e, às 17h30, saem os dados de estoques de petróleo do Instituto Americano de Petróleo (API) na semana até 11 de maio.

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