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Bovespa sobe acompanhando mercado externo

Internamente, os investidores acompanham os desdobramentos no Planalto das manifestações que agitam as ruas em várias cidades brasileiras


	Bovespa: por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 0,48%, aos 47.120,09 pontos, na pontuação máxima do dia
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Bovespa: por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 0,48%, aos 47.120,09 pontos, na pontuação máxima do dia (Paulo Whitaker/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 26 de junho de 2013 às 10h29.

São Paulo - O ambiente internacional continua favorável para uma manutenção da recuperação engatada pela Bovespa na terça-feira, 25, com chances de se reaproximar da marca dos 50 mil pontos antes do fim do mês. O crescimento menor do que o esperado da economia dos Estados Unidos no trimestre passado, porém, pode atrapalhar (ou não).

Internamente, os investidores acompanham os desdobramentos no Planalto Central das manifestações que agitam as ruas em várias cidades brasileiras, neste dia de jogo da Seleção brasileira que vale vaga para a final da Copa das Confederações.

Da mesma forma, também são monitoradas as medidas do Banco Central para frear a alta do dólar e aliviar a pressão nos balanços das empresas endividadas em moeda estrangeira.

Por volta das 10 horas, o Ibovespa subia 0,48%, aos 47.120,09 pontos, na pontuação máxima do dia, já reagindo à expansão de 1,8% do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no primeiro trimestre deste ano, na taxa anualizada, ante previsão de +2,4%.

No mesmo horário, o futuro do S&P 500 subia 0,63%, com uma reação comedida ao dado norte-americano mais fraco, já que uma retomada não tão significativa da atividade na maior economia do mundo pode atrasar o início da retirada dos estímulos monetários pelo Federal Reserve.

As principais bolsas europeias também exibem ganhos, beneficiadas ainda pela inesperada melhora da confiança do consumidor alemão, que atingiu o maior nível em quase seis anos.

Dessa forma, a Bolsa brasileira tem chances de seguir em alta, em uma tentativa de melhorar a frágil performance neste mês, no segundo trimestre e no acumulado do ano. Contudo, a equipe de analistas do BB Investimentos lembra, em relatório, que o Ibovespa continua oscilando ainda dentro do mercado de baixa (bear market) e que, em tempos turbulentos, "os investidores preferem viver um dia de cada vez".


Assim, as compras por oportunidade continuam seletivas, o que redobra a atenção no noticiário doméstico. Em Brasília, as vozes nas ruas começaram a ser ouvidas. Os deputados deram nesta madrugada as primeiras respostas à população ao rejeitarem, por 430 votos a 9, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 37), que limitaria o poder de investigação do Ministério Público.

A Câmara aprovou também um projeto vinculando 75% dos recursos da exploração do petróleo à área de educação e os outros 25% à saúde. Os parlamentares devem continuar com uma "agenda positiva", podendo inclusive cancelar o recesso de julho, para votar várias propostas.

Na terça-feira, 25, o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia (PSDB), recebeu, no Palácio da Liberdade, representantes do Comitê Popular dos Atingidos pela Copa 2014, um dos principais organizadores do protesto marcado para a tarde desta quarta-feira, 26, em Belo Horizonte, no mesmo horário do jogo entre Brasil e Uruguai pela Copa das Confederações.

Em entrevista ao Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o prefeito de Belo Horizonte, Márcio Lacerda, explicou que a decisão de decretar feriado na capital mineira hoje foi tomada por causa da partida, não do protesto.

Os investidores também devem monitorar o efeito da decisão do Banco Central de retirar o recolhimento compulsório sobre posições vendidas de bancos no mercado à vista, anunciada ontem à noite.

A medida, válida a partir de 1º de julho, deve "destravar" o mercado de câmbio e pode aliviar a pressão nas dívidas das empresas em moeda estrangeira, já que se o dólar fechar o trimestre muito alto pode complicar as contas financeiras de algumas companhias.

Ainda sobre esse assunto, a coluna de Sonia Racy, no Direto da Fonte, afirma que o ditado "too big to fail" pode ser aplicado ao caso de Eike Batista, cujas dívidas chegam a um tamanho que quem não dorme são os credores. Segundo ela, só no Itaú o Grupo X contratou R$ 5,8 bilhões em empréstimos; no Bradesco, outros R$ 5,3 bilhões; e o BTG emprestou R$ 3 bilhões.

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