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Bovespa fecha em queda de 3,3% com receios por Trump

A forte queda das ações da Petrobras também pesou no índice, em dia de queda da cotação do petróleo e após a companhia ter anunciado prejuízo no 3º tri

Bovespa: até outubro, o Ibovespa acumulou alta de quase 50 por cento em 2016 (Bovespa/Divulgação)

Bovespa: até outubro, o Ibovespa acumulou alta de quase 50 por cento em 2016 (Bovespa/Divulgação)

Luísa Granato

Luísa Granato

Publicado em 11 de novembro de 2016 às 18h10.

Última atualização em 11 de novembro de 2016 às 18h58.

São Paulo - O principal índice da Bovespa voltou a cair forte nesta sexta-feira, para baixo dos 60 mil pontos, refletindo a cautela do mercado com os desdobramentos da eleição de Donald Trump para presidir os Estados Unidos.

O Ibovespa caiu 3,3 por cento, a 59.183 pontos, piso de fechamento desde 30 de setembro (58.367 pontos). Na máxima, o índice chegou a subir 0,7 por cento, enquanto perdeu 3,7 por cento na mínima. Na semana, o índice caiu 3,9 por cento.

O giro financeiro no pregão somou 16,26 bilhões de reais, acima da média diária para o mês, de 9,95 bilhões de reais e muito superior à media diária para o ano, de 7,2 bilhões.

Segundo profissionais do mercado, até que se tenha mais clareza do rumo a ser tomado por Trump e do impacto para outros países, a volatilidade deve seguir dando o tom aos negócios.

A forte queda das ações da Petrobras também pesou no índice, em dia de queda da cotação do petróleo e após a companhia ter anunciado prejuízo no terceiro trimestre.

Com isso, muitos investidores estão zerando posições, amparados nos fortes ganhos do mercado este ano. Até outubro, o Ibovespa acumulou alta de quase 50 por cento em 2016.

O dia também foi marcado por intensa agenda de resultados corporativos. A alta do dólar ajudou ações de exportadoras. A moeda norte-americana subiu cerca de 1 por cento, longe das máximas após forte atuação do Banco Central.

Destaques

- PETROBRAS PN caiu 9,6 por cento, maior queda desde 15 de março (-10,7 por cento), enquanto PETROBRAS ON perdeu 5,82 por cento. A empresa teve prejuízo de 16,5 bilhões de reais no terceiro trimestre, por baixas contábeis, mas mostrou forte melhora operacional.

- COPEL PNB teve baixa de 12,36 por cento, maior queda do Ibovespa, após divulgar prejuízo líquido trimestral de 75,1 milhões de reais, ante lucro um ano antes, devido a maiores despesas financeiras.

- SABESP caiu 10,38 por cento, apesar de reportar lucro líquido de 573,9 milhões reais no terceiro trimestre, após prejuízo de 580 milhões em igual período de 2015, em meio a reajustes tarifários e aumento de volume faturado.

- LOJAS AMERICANAS teve queda de 8,46 por cento, após prejuízo de 70,6 milhões de reais no terceiro trimestre. Analistas do Credit Suisse consideraram os resultados fracos.

- VALE PNA caiu 5,18 por cento e VALE ON recuou 3,3 por cento. O movimento veio após os ações PNA da mineradora terem subido quase 4 por cento no melhor momento deste pregão e acumulado alta de quase 22 por cento apenas nas cinco sessões anteriores. Os papéis vinham se beneficiado da contínua alta do minério de ferro.

- MARFRIG subiu 9,89 por cento, após cair mais de 3 por cento no começo do dia. A empresa teve prejuízo de 170,4 milhões de reais no terceiro trimestre e seus executivos afirmaram esperar desempenho melhor no quarto trimestre. A companhia é beneficiada pela valorização do dólar.

- ESTÁCIO PARTICIPAÇÕES avançou 3,96 por cento, após balanço trimestral. Analistas da Brasil Plural destacaram o impacto positivo da expansão das receitas e do bom controle de despesas na margem Ebtida de 25,5 por cento.

- FIBRIA subiu 7,67 por cento e SUZANO PAPEL E CELULOSE ganhou 4,98 por cento, com impulso do dólar.

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