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Bovespa fecha em alta de 2,1% por noticiário corporativo

Inquietações no cenário político brasileiro mais uma vez deram tom às negociações na Bovespa, que abriu pressionada pela decisão de afastar Renan Calheiros

Bovespa: os investidores sinalizaram que afastar Calheiros da presidência do Senado pode comprometer a aprovação de medidas (EXAME)
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Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 19h47.

São Paulo - O principal índice da Bovespa fechou em alta nesta terça-feira, com o noticiário corporativo colocando as ações de JBS e Localiza no topo da lista de principais altas, numa sessão marcada por crescente cautela em meio à tensão política.

O Ibovespa subiu 2,1 por cento, a 61.088 pontos. Na mínima da sessão, o índice recuou 0,7 por cento e, na máxima, subiu 2,35 por cento.

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O volume financeiro somou de 7,8 bilhões de reais, superando a média diária do ano até a véspera, de 7,39 bilhões de reais.

Inquietações no cenário político brasileiro mais uma vez deram tom às negociações na Bovespa, que abriu pressionada pela decisão liminar do ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, de afastar Renan Calheiros (PMDB-AL) da presidência do Senado.

Mas a reação da Mesa do Senado, que se recusou a aceitar a liminar de Mello, e a decisão do STF de julgar o afastamento de Renan no plenário da corte na quarta-feira ajudou a aliviar os maiores temores entre os investidores, preocupados a tramitação da Proposta de Emenda à Constituição que estabelece um teto para os gastos públicos.

Segundo Ariovaldo dos Santos, gerente da Hencorp Commcor DTVM, os investidores sinalizaram que afastar Calheiros da presidência do Senado pode comprometer a aprovação das medidas necessárias para recuperação da economia no Congresso.

"O mercado parece ter entendido que é melhor ficar com ele (Renan Calheiros) até a votação. Se não sair a PEC (do Teto de Gastos), as coisas pioram", comentou.

A votação da PEC dos gastos em segundo turno no Senado está marcada para o dia 13.

Ao mesmo tempo, o noticiário corporativo trouxe um viés altista para alguns papéis, com destaque para o plano de reorganização da JBS, o acordo da Localiza para comprar as operações brasileiras da norte-americana Hertz e o aumento de preços do diesel e da gasolina anunciado pela Petrobras.

Destaques

- JBS subiu 19,07 por cento, liderando os ganhos do Ibovespa, após a maior produtora global de carnes anunciar uma revisão em seus planos de reorganização. Nesta sessão, o valor de mercado da JBS subiu cerca de 5 bilhões de reais na comparação com a véspera.

- PETROBRAS PN ganhou 3,13 por cento e PETROBRAS ON avançou 3,27 por cento, depois que a estatal anunciou aumento do preço do diesel e da gasolina nas refinarias na véspera. Nesta terça-feira, a estatal anunciou reajuste médio de 12,3 por cento no preço do Gás Liquefeito de Petróleo (GPL)

- LOCALIZA subiu 7,88 por cento, com o segundo melhor desempenho do Ibovespa, após a empresa de aluguel de carros e gestão de frotas fechar acordo para comprar as operações brasileiras da norte-americana Hertz, avaliadas em 337 milhões de reais.

- VALE PNA ganhou 1,43 por cento e VALE ON avançou 1,35 por cento, anulando as perdas vistas mais cedo, e ampliando o rali recente em meio à contínua firmeza dos preços do minério de ferro.

- OI PN fechou com alta de 11,63 por cento, e OI ON subiu 10,12 por cento, após a Comissão Especial do Desenvolvimento Nacional do Senado aprovar, em caráter terminativo, projeto de lei que migra de concessão para autorização o regime das operadoras de telefonia fixa. As ações da OI não fazem parte do Ibovespa. Ainda no setor, TELEFÔNICA VIVO subiu 3,34 por cento, e TIM Participações avançou 3,55 por cento.

- ITAÚ UNIBANCO teve valorização de 1,33 por cento, ajudando os ganhos do Ibovespa devido ao peso que as ações têm em sua composição. BRADESCO PN subiu 2,15 por cento.

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