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Bovespa fecha em alta de 1,52% após decisão do Fed

Por Sueli Campo São Paulo - O day after da decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de comprar mais US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro norte-americano nos próximos oito meses chamou compras nos mercados de commodities e ações diante da percepção de que o dólar deve continuar se enfraquecendo ainda mais em […]

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Da Redação

Publicado em 4 de novembro de 2010 às 17h40.

Por Sueli Campo

São Paulo - O day after da decisão do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de comprar mais US$ 600 bilhões em títulos do Tesouro norte-americano nos próximos oito meses chamou compras nos mercados de commodities e ações diante da percepção de que o dólar deve continuar se enfraquecendo ainda mais em âmbito mundial, os juros seguirão baixos e a economia norte-americana poderá reagir.

Aqui, a procura forte pelos papéis das principais produtoras de matérias-primas, como Vale, Petrobras e siderúrgicas, reconduziu o Ibovespa durante parte do pregão aos 73 mil pontos, patamar próximo ao recorde histórico de fechamento registrado em 20 de maio de 2008 (73.516 pontos). Na máxima do pregão, a Bovespa teve valorização de 1,67%, aos 73.103 pontos, mas não conseguiu sustentar essa marca no fechamento. O Ibovespa encerrou a quinta-feira aos 72.995,69 pontos, alta de 1,52%. O volume financeiro atingiu R$ 7,869 bilhões.

Segundo operadores, para seguir adiante, rompendo essa barreira dos 73 mil pontos, a Bovespa precisa de um dado favorável de criação de vagas (payroll) nos EUA amanhã. Analistas ouvidos pela agência Dow Jones preveem a abertura de 60 mil vagas em outubro ante corte de 75 mil setembro, e taxa de desemprego de 9,6%.

Em Nova York, as bolsas tiveram ganhos entre 1,5% e 2%, influenciadas também pelo bom desempenho das varejistas, que anunciaram um crescimento de 1,6% das vendas de mesmas lojas, ou lojas abertas há pelo menos um ano, em outubro, em linha com as estimativas dos analistas. As bolsas europeias não ficaram atrás e fecharam com ganhos ao redor de 2%, sendo que na Alemanha e no Reino Unido atingiram máximas de dois anos. A percepção é de que a Europa não terá de seguir os passos dos Estados Unidos, injetando mais dinheiro na economia. Hoje, tanto o Banco Central Europeu (BCE) como o BC inglês mantiveram os juros estáveis.

O cobre e o ouro avançaram mais de 3% e a alta do petróleo superou 2%. "Esse novo programa de afrouxamento quantitativo do Fed é um fenômeno ruim, pois é um sinal de economia cambaleante, mas que se reflete nos ativos, dando munição para os operadores comprarem commodities e ações", afirma o gestor gerente da Infinity Asset, Georges Sanders.

Com isso, as blue chips brasileiras voltaram a ter um gatilho de curto e médio prazo. Petrobras PN fechou com valorização de 1,85% e a ON escalou 3,07%.

No caso de Vale, cuja PNA subiu 2,30% e a ON 2,56%, também contribui para o bom desempenho as expressivas altas das mineradoras nas bolsas da Europa (Antofagasta +5,52%, Kazakhmys +6,79%, Rio Tinto +4,79% e Xstrata +7,05%). Os investidores receberam bem a decisão do governo do Canadá de rejeitar a oferta hostil da mineradora BHP Billiton de US$ 38,6 bilhões para comprar a fabricante de fertilizantes canadense Potash Corp. Segundo analistas, essa recusa da oferta pelo Canadá revela uma certa autonomia das empresas menores do setor e sinaliza que as mineradoras podem ter uma precificação mais alta. A BHP Billiton teve valorização de 6,58%.

Entre as siderúrgicas, Usiminas PNA avançou 4,05% e a ON 3,63%; CSN ON subiu 3,10% e Gerdau PN +1,97%.

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